2 de nov. de 2007

Ninguém sabe...

O interesse desmedido do governo no CPMF, com explicações pouco claras, como a dada pelo presidente da República, que país algum pode prescindir de R$ 40 bilhões, não é justifica para assaltar (mais ainda) o bolso do contribuinte, pois não há retorno.
Diz Weiller Diniz: “Ninguém quer saber, por exemplo, em quanto caiu a aplicação dos recursos da CPMF na área de saúde, inspiração para criar e prorrogar pela sexta vez o provisório imposto dos cheques. Em 1998, quatro anos depois de sua vigência, 80% dos R$ 8 bilhões então arrecadados com a CPMF foram direto para a saúde. Já no ano passado, da receita de R$ 32 bilhões, minguados 40% foram aplicados em saúde. Além de aplicação em previdência e no fundo de combate e erradicação da pobreza, 17% da bilheteria foram para o impenetrável caixa do Tesouro Nacional.”
Ontem o Congresso fechou a cortina no ciclo de três dias de debates em torno da controversa prorrogação do imposto sobre cheques até 2011. Pela Comissão de Constituição e Justiça passaram os papas da economia contra e a favor da prorrogação da CPMF. Economistas renomados, presidentes de entidades empresariais, ministros e ex-ministros se revezaram na maratona de mais de 20 horas de conversa sobre o assunto.
Por mais competência ou loquacidade com a qual cada um desempenhou seu papel, nenhum deles mudou um voto sequer dos 81 senadores.
O mais eloqüente retrato da encenação que ali se desenrolou foi a ausência dos senadores. Nos dois primeiros dias, quando falaram os economistas Paulo Rabelo de Castro, José Roberto Afonso e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, pouquíssimos espectadores se revezaram na sala de audiências. Só no último ato, quando os ministros do governo professaram a necessidade do imposto que rende R$ 40 bilhões/ano é que a sala ficou repleta de governistas à cata de elementos para defender o imposto.
Ninguém quer saber, por exemplo, em quanto caiu a aplicação dos recursos da CPMF na área de saúde, inspiração para criar e prorrogar pela sexta vez o provisório imposto dos cheques. Em 1998, quatro anos depois de sua vigência, 80% dos R$ 8 bilhões então arrecadados com a CPMF foram direto para a saúde. Já no ano passado, da receita de R$ 32 bilhões, minguados 40% foram aplicados em saúde. Além de aplicação em previdência e no fundo de combate e erradicação da pobreza, 17% da bilheteria foram para o impenetrável caixa do Tesouro Nacional.
Isso acontece agora porque, na intimidade da coxia, todos sabem que sob a névoa de números, índices e percentuais, está a disputa sucessória de 2010 opondo os petistas e o PSDB. O debate foi apenas o ensaio de um roteiro que ninguém sabe se será uma farsa ou uma tragédia.

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