10 de nov. de 2007

Sobre “o caminho das pedras” de Gilberto Dimenstein

(Artigo mais abaixo editado pelo Giulio Sanmartini)

Por Ralph J. Hofmann

Creio já ter relatado isto em um artigo, mas a referência do Gilberto Dimenstein aos cursos técnicos é muito apropriada.
Importante lembrar.
Os alemães pesquisando foguetes em Peenemünde tinham na maioria técnicos de nível médio que foram trabalhar nos laboratórios e centros de teste das V-1 e V-2. Eram egressos do sistema Technische Hochschule, uma espécie de SENAI criada a Toddy. Existe em Joinville-SC a Escola Técnica Tupy criada exatamente nestes moldes.
Como era tempo de guerra nenhum deles teve tempo de cursar uma universidade, ou complementar seus estudos para obter um bacharelado. Para se desincumbirem dos seus trabalhos consultavam livros, relatórios e teses ou os doutores ali presentes como Werner Von Braun. Recebiam, uma tarefa e para se desincumbir dela pesquisavam o que precisavam saber.
Após 1945 estes técnicos acabaram nos programas espaciais russo e americano dependendo da direção de fuga que escolheram.
Quando a NASA foi apresentar seus homens-chave, os maiores entendedores de pesquisa espacial ao Congresso americano, com o fim de obter apropriações para viabilizar a NASA descobriu que pouquíssimos tinham algum título. Haviam na maioria aprendido na prática. Tinha o equivalente e teses que circulavam no meio científico mas não tinham diplomas. Como apresentar o Sr. Fritz ou o Sr. Franz ao Congresso?
A solução foi encomendar a uma universidade de faz-de-conta, dessas que existem na Califórnia e outros lugares (cobram uns 500 dólares por diploma de Doutor de Coisa Nenhuma) para poderem apresentar o Dr. Fritz ou o Dr. Franz seguidos de seu currículo de trabalho.
Foram estes os homens que criaram e administraram o programa que pôs o homem na Lua e treinaram a segunda geração da NASA.
Mas as escolas técnicas eram sérias, não continham horas de treinamento ideológico. Concentravam-se em produzir homens práticos e treina-los para usarem seus talentos.

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