
“Conheço” Sebastião Nery desde a metade dos anos 1960 quando começou a escrever no Diário Carioca, assim me acostumei a ler suas colunas sempre cheia de casos e fina ironia. Decepcionou-me, quando anos depois ligou-se a Leonel Brizola, mas acredito que ele também tenha se decepcionado, pois acabou sendo expulso do partido.
Na sua coluna de hoje (Tribuna da Imprensa), conta um caso, que como é de seu estilo, dá destaque ao pitoresco e não foge da verdade, mesmo que beneficie o asqueroso e corrupto Paulo Maluf, vamos a ele:
“A lei do Monopólio Estatal do Petróleo era clara: só a Petrobras podia explorar petróleo. Mas Maluf assumiu o governo de São Paulo em março de 79 (mesmo dia de Figueiredo), era candidato a presidente da República e resolveu criar seu paraíso petrolífero: fundou uma empresa estadual de petróleo, a Paulipetro, contratou um punhado de geólogos de talento e ousadia e investiu na empreitada muitos milhões do governo de São Paulo.
A tese deles era óbvia: se a Petrobras estava encontrando oleo e gás, perfurando a 2 mil, 3 mil metros de profundidade, na bacia de Santos, bastava furar mais fundo, além dos 3 mil metros, chegando a 5 ou 7 mil, e o petróleo tambem apareceria. Mas havia dois obstáculos instransponíveis: só a Petrobras podia perfurar, e buscar petróleo a 5 mil metros ou mais era inviável, na época.
Maluf teimou, insistiu e a Petrobras foi à Justiça, que o obrigou a desativar e fechar a Paulipetro, por ilegal e aventureira, e pagar uma alta multa por dar prejuízos ao Estado. A Paulipetro entrou no folclore nacional. Mas a história é sempre ela. Quando menos se espera, ela volta. Agora, na mesma bacia de Santos, a Petrobras descobriu o fantástico campo de óleo e gás Tupi, o maior já achado no País, com 8 bilhões de barris de petroleo, entre 5 mil e 7 mil metros de profundidade, e hoje viável economicamente, diante do preço internacional do petróleo, a US$ 100 por barril.
Logo, os talentosos e ousados geólogos paulistas arrebanhados por Maluf tinham razão. Só não tinham a lei nem o tempo a favor deles.
O perigo, agora, é Maluf entrar na Justiça reivindicando uma indenização petrolífera e uma reparação histórica: por exemplo, que o campo Tupi se chame "campo Maluf" ou, quem sabe, um busto na sede da Petrobras.”
A tese deles era óbvia: se a Petrobras estava encontrando oleo e gás, perfurando a 2 mil, 3 mil metros de profundidade, na bacia de Santos, bastava furar mais fundo, além dos 3 mil metros, chegando a 5 ou 7 mil, e o petróleo tambem apareceria. Mas havia dois obstáculos instransponíveis: só a Petrobras podia perfurar, e buscar petróleo a 5 mil metros ou mais era inviável, na época.
Maluf teimou, insistiu e a Petrobras foi à Justiça, que o obrigou a desativar e fechar a Paulipetro, por ilegal e aventureira, e pagar uma alta multa por dar prejuízos ao Estado. A Paulipetro entrou no folclore nacional. Mas a história é sempre ela. Quando menos se espera, ela volta. Agora, na mesma bacia de Santos, a Petrobras descobriu o fantástico campo de óleo e gás Tupi, o maior já achado no País, com 8 bilhões de barris de petroleo, entre 5 mil e 7 mil metros de profundidade, e hoje viável economicamente, diante do preço internacional do petróleo, a US$ 100 por barril.
Logo, os talentosos e ousados geólogos paulistas arrebanhados por Maluf tinham razão. Só não tinham a lei nem o tempo a favor deles.
O perigo, agora, é Maluf entrar na Justiça reivindicando uma indenização petrolífera e uma reparação histórica: por exemplo, que o campo Tupi se chame "campo Maluf" ou, quem sabe, um busto na sede da Petrobras.”
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