8 de dez. de 2007

La orden de los mierdas

Por Adriana Vandoni

O ministro Willian Lara fez uma defesa apaixonada da “merda”. Não, ele não é mais um daqueles ministros desconhecidos do governo Lula, é um ministro da Bolívia de Evo Morales que, durante um evento em que Hugo Chávez também participava, defendeu a “mierda” dita pelo arremedo de ditador Chávez.
Willian Lara (foto) criticou alguns meios de comunicação que, segundo ele, usaram a “mierda” de Chávez e a transformaram em um escândalo midiático. Lara, quase possesso, defendeu o uso da “mierda” em público citando o escritor Gabriel García Márquez que a usou algumas vezes em suas obras. Sacou não sei de onde, o livro “Ninguém escreve ao coronel”, de Garcia Marques e diante das câmeras leu um trecho da obra: “Diante do vento e da maré, da fome, das reclamações de sua esposa que repete insistentemente “O que comeremos?”, a resposta do Coronel é taxativa, uma resposta mastigada por mais de vinte anos: Comeremos mierda.”.
Graaaande esse ministro de Evo Morales. Lula, com toda a admiração que tem por Chávez, jamais poderia fazer o mesmo. Não comer a mierda, mas ler o livro diante das câmeras, ao vivo e em cores.
Continuando, o ministro que é da “Comunicação e Informação” desceu o sarrafo nos jornais. De alguns, como o El Nacional, ele exigiu uma retratação por ter colocado a mierda de Chávez de forma pejorativa. Acusou o Jornal de ter usado a mierda de Chávez para colocá-lo como uma pessoa sem cultura, truculento, ignorante, “iracundo”.
Deve ter sido por isso, pra provar que existe pensamento no grupo, que o ministro citou Garcia Marques, Nobel de literatura. Ou será que ele usou Garcia Marques por ser um dos autores preferidos do interminável Fidel, ídolo de Chávez? Bem, mas se a intenção era agradar Fidel para adoçar Chávez, o ministro Lara deveria ter citado outra obra de Garcia Marques, como “Memórias de minhas putas tristes”, onde o personagem principal se acha condenado à vida eterna, tal como Fidel. Mas deixa isso pra lá e vamos nos concentrar na “mierda”.
Para o ministro Lara, o benefício que Chávez fez pela mierda pode ser comparado ao que Arturo Uslar Pietri fez pela palavra “pendejo”, que na Venezuela não significa apenas pêlos pubianos, mas pessoa suja, sem moral. Uslar, um respeitado escritor venezuelano, fundou a “orden de los pendejos”, formada pelos homens bons e trabalhadores que cobravam honestidade dos governantes.
Não satisfeito com toda a puxada no saco do ditadorzinho, o ministro Lara agradeceu a Hugo Chávez por ter usado a mierda e ainda conclamou a população a fazer o mesmo: “vamos agradecer a Hugo Chávez por ter usado essa palavra”.
Está certo esse Lara. Concordo com ele e provo o quanto concordo:
Lara, vá a mierda, rapaz!, você e todos seus patifes de mierda.
E se faltar gente de mierda aí, pode pegar os daqui, que tá sobrando.

Quem quiser ver a entrevista com o ministro fazendo a exaltação à mierda de Chávez, clique aqui.

6 comentários:

Anônimo disse...

Essa excrescência, ainda que goste do que goste, como betti,
ao falar bem da merda mostra que tem tendências futuristas...
Após a passagem dessas figuras grotescas e seus "gobiernos de mierda", assim como o de fidel (nem o inferno está aceitando), talvez não reste nem merda para o povo boliviano e venezuelano, como acontece em Cuba...

O povo e os estudantes bolivianos e venezuelanos (parabéns) estão mostrando dignidade, honestidade e decência (outros estudantes deveriam se espelhar neles) e impedindo a picaretagem de egotistas malucos.

Alerta povo brasileiro!
Qual o cardápio que você deseja deixar para seus filhos e netos?????

Afinal, "nuncaseviunessipaiz" tanta "democracia" como no governo de Venezuela do "cupanhero" chapolim piorado colorado.
Igualzinha a "democracia" do "cupanheiro" fidel!

Acorda povo brasileiro!
Imagine o que seus filhos e netos poderão comer no futuro, após a passagem de lula-pt, dos "cupanheros" e da base "aliada"?????

Anônimo disse...

“El Coronel No Tiene Quien Le Escriba”, romance de Gabriel Garcia Márquez, publicado em 1961, não é tão desconhecido assim; narra a história de um coronel que, na pobreza, aguarda a recompensa do Estado pelo dever cumprido, que nunca chega. Em 1999 foi adaptado ao cinema, em filme francês-mexicano-espanhol.

ma gu disse...

Alô, Adriana.

Sábado, fim de tarde. O Sol se aproximando da linha do horizonte...
A jornalista, num daqueles raros momentos de folga. Passeia na Internet, para espairecer.
De repente (sempre tem um), se depara com um vídeo mostrando um idiota latino-americano (tem muitos) falando sua idiotice. Indigna-se.
Por ser detentora de um meio de comunicação, imediatamente abre seu blog e comete, sim, comete outro post tão bom quanto aquele 'vá se danar'. E o fecho...
Sim, o fecho, é de ouro!
""Lara, vá a mierda, rapaz!, você e todos seus patifes de mierda.
E se faltar gente de mierda aí, pode pegar os daqui, que tá sobrando.""
Acho que vai ficar tão famoso quanto o outro...

Adriana disse...

Roberto, e onde foi que vc leu a citação de que o livro de Garcia Marques: "Ninguém escreve ao coronel", é desconhecido? Acho que vc não entendeu o artigo, ou está apenas querendo "se aparecer". Normal!

Anônimo disse...

Para Adriana:
Entendi que o “Sacou não sei de onde ...” era o desconhecimento do romance de Gabriel Garcia Márquez “El Coronel No Tiene Quien Le Escriba”, o que não chega a ser uma prova de burrice.
Agora, mereço aparecer, corrigindo seu engano: Willian Lara é o ministro da “Información y Comunicación” venezuelano, não sendo, portanto, ministro da Bolívia, de Evo Morales.
Todavia, na ânsia de ridicularizar todos os que não sejam Geraldo Alckmin, vale tudo.
Tomo a liberdade de sugerir mais cuidado com a procedência de suas informações, tratando-se de uma renomada articulista que pretende formar opinião.

Anônimo disse...

Além de Lara ser ministro de Chavez, o livro de Garcia Marques ser conhecido, "pendejo" na venezuela é um otário. Não uma pessoa suja. Mas valeu a consulta ao dicionario.