20 de nov. de 2007

Uma diplomacia incompetente

“Podem criticar o Chávez por qualquer outra coisa. Inventem alguma coisa para criticar Chávez. Agora por falta de democracia na Venezuela na” (Luiz Inácio Lula da Silva)
Parece que a diplomacia brasileira vem aconselhando mal o presidente. A defesa veemente que fez a Hugo Chaves, mostra-se infantil e canhestra, além do mais transmitiu a imagem de um presidente pusilânime.
Ao que tudo indica agastará a relações comerciais Brasil e Espanha, haja vista que este país, depois dos Estados Unidos, é o segundo maior investidor no Brasil. (G.S.)
Escreve sobre o assunto Carlos Chagas:
“A semana começa com uma pergunta ainda sem resposta: por que o presidente Lula solidarizou-se de modo tão ostensivo a Hugo Chávez, defendendo a permanência continuada do presidente da Venezuela no poder e, em paralelo, exaltando a prática democrática naquele país? Solidariedade sul-americana? Pressões do eixo Caracas-La Paz? Ocupação de espaços diante da comunidade internacional, dado o desgaste de Chávez depois da reprimenda do rei da Espanha?
Algum motivo levou Lula a declarações no mínimo inusitadas, cujos efeitos no Congresso foram desfavoráveis ao governo. Afinal, decide-se sobre o ingresso da Venezuela no Mercosul, aumentando a resistência não apenas das oposições, mas de fiéis aliados como José Sarney e outros.
Há quem suponha uma espécie de toma-lá-dá-cá, porque Chávez poderá influir para que seu acólito Evo Morales comprometa-se a destinar ao Brasil boa parte do gás suplementar a ser extraído com dinheiro brasileiro, via Petrobras. Está prevista para o próximo dia 12 visita do Lula ao companheiro presidente da Bolívia, por enquanto disposto a não se comprometer com qualquer remessa adicional de gás para o Brasil.
Parece óbvio que, depois do entrevero com o rei da Espanha, Hugo Chávez sentiu-se enfraquecido e buscou apoio de seus vizinhos. Terá telefonado para o colega brasileiro atrás de apoio explícito, recebido logo depois. Sem esquecer que Lula, nas declarações acima referidas, chegou a ironizar o chefe de estado espanhol, sugerindo constituir o rei um corpo estranho em conclaves de presidentes da República e primeiros-ministros latino-americanos.
De todo o episódio fica um resíduo incômodo: e a Espanha, não se terá agastado com a intervenção do presidente brasileiro? Afinal, aquele país ocupa cada vez mais espaços na parceria econômica com o Brasil, tornando-se o segundo maior investidor entre nós, depois dos Estados Unidos.
De qualquer forma, haverá desdobramentos internos e externos, depois da entrevista do chefe do governo brasileiro, porque a conclusão surge inevitável: se na Venezuela é democrático Chávez disputar uma eleição depois da outra, perpetuando-se no poder, por que será diferente no Brasil?

2 comentários:

ma gu disse...

Alô, Giulio.

Passado o deslumbramento da comunidade internacional com o "operário que chegou ao poder", já perceberam tratar-se de um apedeuta com dois pés esquerdos, com um partido de esquerda também bitolado.
Não pensem que a bolha da Bovespa vá se sustentar por muito tempo.
Dinheiro não atura desaforos.

Unknown disse...

Olhando a foto destes dois finórios de riso largo e solto veio-me à memória a piada da hiena. Este animal que só tansa uma vez por ano, só come carcaças e vive achando graça, acha graça de que?. Devem estar a ver a chegada do outro parceiro de sina, o da bolívia, para formar o trio mais democrático do planeta. Haja saco para lidar con esta corja.