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A entrega do Ministério de Minas e Energia ao político maranhense Edison Lobão, o antigo desafeto que se transformou oportunamente em afilhado do senador José Sarney, a quem o presidente Lula acha que lhe convém fazer o enésimo agrado, tem tudo para precipitar um desastre para a economia nacional que seria também um desastre político para o governo. Isso, por motivos de uma evidência solar, tais como a absoluta falta de credenciais do contemplado para a função, a ameaça de enfeudamento do setor, na administração direta e indireta, e a ameaça, cada vez mais evidente, de novo apagão energético (por escassez de chuvas para as usinas hidrelétricas e de gás para as térmicas). Há quem não aprenda com os próprios erros, mas aprende com os erros alheios. Nem esse parece ser o caso do presidente. O antecessor Fernando Henrique, no que se revelou a pior decisão de seus oito anos no Planalto, entregou a Energia a sucessivos políticos do PFL, que ficaram agachados amarrando as chuteiras enquanto se armava a crise no suprimento de eletricidade que se abateria sobre o Brasil em 2001. A possibilidade de que a história se repita é alarmante.
Suponha-se que fosse confortável o volume de água nos rios dos quais depende essencialmente o sistema elétrico nacional. Suponha-se ainda que houvesse gás saindo pelo ladrão para complementar a oferta de energia em termos minimamente compatíveis com a expansão da demanda de uma economia que se manterá aquecida até onde a vista alcança, se o governo não atrapalhar. Nem por isso, a gestão do setor deixaria de ser matéria de segurança nacional - no sentido mais crucial do termo para o destino do País.
Leia a matéria em O Estado de São Paulo
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