18 de jan. de 2008

O ministro porra-louca

Até ontem à noite o troféu "Gaiatice" da semana ia para o ministro Mangabeira Unger, que depois de longa ausência do território nacional decidiu empreender um périplo pela Amazônia. Até aí, nada demais, tratando-se do ministro do Futuro e reconhecendo-se na região promissoras condições de desenvolvimento.
O diabo foram as propostas que fez, por escrito e distribuídas à imprensa. A mais estranha, da criação de um aqueduto ligando rios amazônicos ao semi-árido nordestino. O mínimo a supor é que Mangabeira não tenha tomado conhecimento dos planos e até da retomada das obras de transposição de águas do rio São Francisco, precisamente para o mesmo lugar, o Nordeste. Suportaria o tesouro nacional duas empreitadas dessa envergadura? Nem que a floresta, em vez de árvores, fosse constituída de postes de ouro. Ou potes, tanto faz.
Entre outras sugestões, não faltou ao ministro propor mais um aumento de impostos, agora relativo à mineração, que defende. Estaria imaginando bajular a equipe econômica, alinhando-se à compulsão permanente de Guido Mantega, aquele que só pensa em tributar cada vez mais o País?
Terá tido a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, razões de sobra para não se incorporar à comitiva liderada pelo companheiro. Alegando problemas de agenda, ela mandou um representante. Aqui para nós, fez muito bem... (por Carlos Chagas)
Informado que só em Manaus, onde vivem mais de 1,8 milhão de habitantes, quase 700 mil não dispõem de água encanada em suas casas, o ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, mudou a defesa sobre um dos pontos mais polêmicos de seu projeto Amazônia: a construção de aquedutos para levar água dos rios da região para o nordeste.
"É um paradoxo faltar água para os habitantes da Amazônia com toda a abundância dos rios. Primeiro, precisamos providenciar que os habitantes da região possam usar essa água", afirmou o ministro. Sob críticas que o projeto Amazônia vem sem novidades e oferecendo longo prazo a necessidades atuais, a constatação do ministro chegou sem surpresas num clima de ceticismo entre cientistas e empresários amazonenses.
"Qualquer iniciativa em prol do desenvolvimento da Amazônia não pode prescindir do que já foi conquistado pela política atual do governo federal na região. Não vislumbramos como substituir, de uma hora para outra, uma dinâmica econômica com as dimensões e os efeitos sociais e ambientais que ela registra", afirmou a superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) Flávia Grosso.

Leia matéria na Tribuna da Imprensa online

3 comentários:

Anônimo disse...

Pobre Mangabeira, como o pupilo da corrida presidencial fracassada, tem extremo apego aos canais de abastecimento de terras secas (porque desativaram e desconsideraram projetos eficientes). O Oriente nunca teve desespero para alagar o deserto...

Anônimo disse...

Quanto ganha o Ministro para falar tanta asneira?

Anônimo disse...

Quem sabe o Manga não dá a sugestão de trazes água do Mississipi para o nordeste. Teríamos muitos blues e jazz para ouvir sem ir aos EUA.