Para enfrentar a crise financeira dos últimos dias, não basta ter o que acumulamos nos últimos anos. O país se preparou para não ter mais crises cambiais como as dos anos 80 e 90. É bom ter todas aquelas reservas acumuladas, superávit em transações correntes, superávits comerciais, dívida externa em queda e o regime de câmbio flutuante funcionando. Isso reduz as vulnerabilidades da economia, mas a natureza da crise que nos abala hoje é totalmente diferente da que, no fim dos anos 90, abateu um por um os emergentes com déficit em transações correntes e câmbio fixo.
A crise agora é no centro econômico do mundo. As bolsas oscilam apenas como conseqüência; o verdadeiro temor é a redução do crescimento mundial, que produziu os últimos cinco anos de crescimento forte, muito dinheiro circulando pelas economias, grandes ganhos nos mercados de capitais, ampliação do comércio internacional.
Essa era acabou, mas não necessariamente este é o começo de uma recessão mundial. Depende da intensidade e duração da crise americana, cujos dados ainda não estão claros. Não está nos balanços das instituições financeiras todo o estrago, que pode chegar a meio trilhão de dólares, dos excessos na concessão de empréstimos. Não está claro o tamanho do encolhimento da economia real. Não é o fim do mundo, mas, sim, um momento de menos capital circulando, menos crescimento do comércio mundial, mais competição pelos mercados.
Imagine, por exemplo, que produtores de bens de consumo chineses tenham que enfrentar uma redução das suas exportações para os Estados Unidos. Eles irão oferecer seus produtos a preços ainda mais baixos em outros mercados. Imagine que, numa época de baixo crescimento, uma empresa globalizada queira ampliar seus investimentos. Será disputada por vários países, que terão que saber como conquistá-los.
Para enfrentar uma crise cambial, o Brasil já sabe o que fazer: na emergência, fazer um acordo com o FMI para assistência de liquidez, suspender artificialismos no câmbio, aumentar a competitividade das exportações e acumular reservas.
Essa era acabou, mas não necessariamente este é o começo de uma recessão mundial. Depende da intensidade e duração da crise americana, cujos dados ainda não estão claros. Não está nos balanços das instituições financeiras todo o estrago, que pode chegar a meio trilhão de dólares, dos excessos na concessão de empréstimos. Não está claro o tamanho do encolhimento da economia real. Não é o fim do mundo, mas, sim, um momento de menos capital circulando, menos crescimento do comércio mundial, mais competição pelos mercados.
Imagine, por exemplo, que produtores de bens de consumo chineses tenham que enfrentar uma redução das suas exportações para os Estados Unidos. Eles irão oferecer seus produtos a preços ainda mais baixos em outros mercados. Imagine que, numa época de baixo crescimento, uma empresa globalizada queira ampliar seus investimentos. Será disputada por vários países, que terão que saber como conquistá-los.
Para enfrentar uma crise cambial, o Brasil já sabe o que fazer: na emergência, fazer um acordo com o FMI para assistência de liquidez, suspender artificialismos no câmbio, aumentar a competitividade das exportações e acumular reservas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário