18 de jan. de 2008

Sessenta horas em Cuiabá

Por Francisco marcos, cientista político.

A vida existe fora do circuito BH – RJ – SP, esta é minha constatação, fruto de sessenta horas passadas em Cuiabá. Povo hospitaleiro, senti desde a chegada ao aeroporto de Várzea Grande, informações precisas, você é olhado nos olhos, sem subterfúgios, informações facilitadoras de sua permanência, inclusive em termos financeiros. Motoristas e cobradores de coletivos urbanos educados e prestativos. Hospedado em hotel modesto, higiênico e confortável, café da manhã substancioso, respeitando as tradições locais.
Circulei bastante pela “Cidade Verde” em ônibus coletivos, observei bastante, perguntei o necessário. Meus interlocutores eram desprovidos de loquacidade, informações corretas, quando desconheciam me encaminhavam para quem detinha a informação. A maioria das mulheres é do tipo “mignon”, bem brejeiras, bem femininas, alegres, notadamente as mais jovens, alegria que contagia.
Estive em uma associação de classe, recebido por uma secretária executiva, profissionalmente formada na Paulicéia Desvairada, de raízes cuiabanas. Foi um papo agradável, acolhedor e produtivo, só tenho a agradecer. Estive na Praça Popular à procura de um restaurante árabe, estava fechado, só abre às 17:30. Há por ali uma padaria, pedi à garçonete um café, tomando o cuidado de perguntar se já vinha adoçado. Ela respondeu que sim, e de pronto ofereceu café solúvel. Gostei da iniciativa, mostrou ser uma profissional ativa e não mero robô.
Deixo o lado humano e parto para o material, verifiquei que existem grandes avenidas, bem sinalizadas, placas de transito informativas, cidade limpa com áreas verdes, verdadeiros pulmões. Semáforo na horizontal, bem visível, dotado de cronômetro, foi informado que existe similares em São Caetano do Sul, mais precisamente na Avenida Goiás. No bairro em que fiquei hospedado existe uma mesquita, alguns estabelecimentos comerciais têm balconistas com véus, não é “burka” não. O comércio é bem movimentado, senti que o pessoal considera o transporte coletivo bom.
Jamais deixaria de dar um tom político: Dante de Oliveira autor da emenda das diretas já (1984), deputado estadual; deputado federal; prefeito de Cuiabá e duas vezes governador de Mato Grosso é lembrado com carinho. Afirmam também que foi um dos responsáveis pelo salto progressista de sua cidade natal e de Mato Grosso. Dante se foi em 2006 aos 54 anos, espero que de onde esteja, continue a olhar para seus conterrâneos.
Fechando minha célere passagem por Cuiabá estive na Casa do Artesão, lá adquiri lembranças para meus familiares, com material da floresta, artesanato made in região de Alta Floresta. Trata-se de um empreendimento do SESC digno de elogios.
Grato a todos da minha já querida “Cidade Verde”.
NOTA: Minha ida a Cuiabá nada tem a ver com entidades, governos ou assemelhados. Em especial agradeço ao carinho e hospitalidade dispensados a mim pelo casal Adriana Vandoni e Cássio Curvo. Saúde a vocês, o que vier é decorrência.

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