Somos como a hiena

Por Laurence Bittencourt Leite

Mal tinha escrito e publicado aqui no Prosa e Política artigo intitulado “Nosso problema é falta de Marx” mostrando quão atrasado estamos em termos de abertura econômica, e eis que o jornal Valor Econômico de hoje, publica matéria assinada por Paulo Cleto informando que o Brasil é um dos países de economia mais fechada no mundo. Foi isso o que revelou pesquisa feita entre 163º países no mundo com o Brasil ficando em 101º lugar, num ranking de liberdade econômica. A pesquisa foi feita pela empresa Heritage Foundation, um centro de estudos americanos conservador.
Dizia eu no meu artigo que o Brasil é mais keynesiano que marxista, uma vez que o criador do comunismo formal advogava a industrialização, e a liberação das forças capitalistas como forma de se atingir a ultima etapa sócio-político-econômica que seria o socialismo, mas que estamos a meio termo entre essa tendência marxista e um liberalismo assumido de fato. Como somos, em minha opinião, meia-bomba, ficamos próximo do keynesianismo que fica nesse meio termo.

Na pesquisa publicada o que chamou minha atenção, foi o fato de entre os motivos que mais leva a sermos um país fechado em termos econômicos é a nossa corrupção. Mas a pesquisa também revela que temos muitos regulamentos, excesso de tributos, impedimentos de toda ordem. Ou seja, podemos resumir numa frase: excesso de Estado.
Acho graça quando dizem que somos um país capitalista e liberal. Com o nosso excesso de taxas e aprisionamentos na economia, somos um país radicalmente conservador. Tememos o mundo moderno que é aberto e competitivo. Por outro lado, somos ultra liberais quando se trata de direitos humanos para bandidos. De fato a nossa sociedade é sim ultra passiva, sofre todo tipo de ultraje por parte dos políticos, que tiram em impostos, mas nada dão em troca em serviços. Estamos indo ladeira abaixo com essa anta chamada Lula, e achando que estamos bem. Tal qual a Hiena, rimos sem saber porque.

(*) fotografia - John Maynard Keynes