23 de fev. de 2008

A cada pessoa um voto?

Por Ralph J. Hofmann

Volto a um assunto de que já tratei em outras oportunidades.
Percebo que neste país existem alguns poucos milhões de pessoas cujas opiniões são sistematicamente ignoradas pelo governo. Não representam muitos votos. São a meritocracia.
Em épocas passadas resolveu-se que os analfabetos votariam, para dar verdadeiro significado ao termo “sufrágio universal”. Todos os brasileiros votam.
Então os políticos passaram a ter um imenso exército de pessoas que, salvo a televisão são facilmente movidas por um líder de fala enfática, palavras doces, e, que como o atual governo, repete mentiras até que se tornem verdades, particularmente ante quem não acessa a Internet ou jornais impressos. A grande massa apenas se informa com o histrionismo do candidato à eleição.
Mas há milhões de pessoas instruídas. Pessoas que têm condições de avaliar melhor o que está acontecendo.
Um homem que ao menos tiver cursado todo o primeiro ciclo possui uma compreensão melhor do mundo do que outro que meramente aprendeu a soletrar, não aprendeu a ler no pleno sentido da palavra.
Se todos os brasileiros têm direito a voto, a cada ciclo de educação não deveriam receber mais um voto? Uma pessoa formada com o primeiro ciclo dois votos, segundo ciclo, três votos, curso superior quatro votos. Mestrado e doutorado, outros votos.
Qualquer um, analfabeto ou não, que venha a ter um negócio próprio bem sucedido, mesmo que seja uma banca de caldo de cana não deveria ter um voto adicional? É um homem que juntou alguns trocados e os arriscou numa empreitada.
E assim poderíamos encontrar outras justificativas para votos adicionais. Serviço militar numa força de paz como a do Haití. Um voto. Bombeiros e policiais condecorados por bravura excepcional, um voto.
A amplitude de conceito de merecimento de voto adicional é tal que o alinhamento das pessoas não estaria necessariamente de um lado ou de outro do espectro político.
Aliás, após a primeira gestão do PT em Porto Alegre, que foi boa, muitas pessoas que normalmente votariam no PFL ou no PMDB votaram no PT. Foram iludidos com a amostra, pois se seguiu mais de uma década de desmandos. Mas na ocasião haviam avaliado o trabalho feito, achado bom e engrossaram o eleitorado do PT.
Quanto mais a pessoa estiver engajada com o bem estar do país, e é este pessoal que investiu no mérito que em última instância batalha por ele, mais tenderá a não reeleger mensalistas, perdulários ou pessoas que vendem a alma ao diabo.
Aqui foi apenas mais um desabafo. Nos meus confabulos com Deus este me informou que não prevê uma tal mudança na gestão dele.

4 comentários:

ma gu disse...

Alô, Ralph.

Até no desabafo você abafa. Seria maravilhoso se tivessemos uma meritocracia, aqui. Eu sou um daqueles que não conseguem deixar de votar. Sempre tento escolher o menos pior e também tento não me deixar levar por discursos. Já tenho idade para saber que palavras o vento leva. E também procuro convencer aqueles que já desistiram de votar por achar que nenhum político presta, argumentando que, se deixarmos só os correligionários carregar em seus larápios, nunca teremos esperanças de mudar algo. Como você conversa com Ele, veja se consegue que, pelo menos, seja estimulada a memória dos votantes para que não esqueçam as merdas passadas, como por exemplo, a da relaxa e goza, aqui em SP. Porque já percebi que minha voz não chega até lá...

Anônimo disse...

Caro Ralph, um desabafo que abafa, mesmo, como tão bem analisou o magu. Tem outra coisa que me encafifa que é: o Presidente do mundo é só americano que vota, seja analfabeto ou não. Eu nunca votaria no Brusho nem no Pinton. Nunca votaria no Obama. Nunca cncordaria com a guerra do Iraque e acho que a explosão das torres gêmeas foi armação para validar o Brusho. Quando falo isso,muita gente fica indignada, mas como li todos os livros da Agatha Christie e do Sherlock, sempre analiso pelo lado de quem leva vantagem. E o Brusho levou e, com esa vantagem, tivemos que englir a guerra e, agora a crise dos mercados.

Anônimo disse...

Caro Ralph:
Não é por estar na sua presença (?), mas você, com sua inteligência, discernimento, sensatez, lucidez, experiência, etc, creio que você valeria bem uns 50 votos.
Abraço.

Ralph J. Hofmann disse...

Ronaldo

Muita gentileza sua.