27 de fev. de 2008

Cuba e Brasil

Por Plínio Zabeu

Em 1959 foi a única vez, do primário à Universidade, que “matei” aulas com mais alguns colegas. Foi para desfilarmos pelas ruas de São Paulo carregando faixas, cartazes, fotos etc. de aplausos e apoio incondicionais a Fidel Castro e seus companheiros de luta pela moralização da Ilha, que por muito tempo vinha sendo usada pelos poderosos e corruptos.
Nascia para nós estudantes esperançosos (ainda hoje existem muitos que assim pensam), uma nova fase. Um governo sério que faria do cubano um povo livre, alegre, progressista e muito mais que os revolucionários pregavam.
Infelizmente, pouco tempo depois sentimos a dor da traição. Fidel não era nada daquilo que dizia. Era, como ficou demonstrado, um tirano cruel, genocida e que se declarou comunista incondicional. Demitiu os companheiros. Mandou Guevara para revolução em outros países. Acabou com a indústria. Acabou com a liberdade, até com os pensamentos. Mandou executar cerca de 10.000 compatriotas que não pensavam como ele. Mandou prender mais de 1500. Transformou a ilha num inferno.
Com sua ação pouco faltou para que o mundo todo simplesmente explodisse numa guerra atômica de resultados imprevisíveis. Ainda bem que o presidente americano em tempo percebeu a concentração de armas russas na ilha. Por um triz o mundo não acabou. Desrespeitou toda uma tradição “vendendo” a liberdade a cubanos que pudessem pagar algo pela fuga. A frase mais debochada foi: “Los curas van de graça” (não cobrarei nada pelos padres que deixarem a ilha).
Por isso os negócios foram bloqueados. Apenas um “cliente” – a União Soviética, enquanto existiu – mantinha vivo o exército e contribuía para algum progresso notadamente na medicina. Isso tudo acabou e restou lá o que todo mundo sabe.
Agora vem a farsa da renúncia. Enquanto Fidel respirar, será o único a mandar. Parece que, por sorte, logo estará ao lado de Stalin ardendo no fogo eterno.
No Brasil. Nosso presidente chama Fidel de “o último mito vivo”. O que ele quer dizer com isso? Coisas de Lula... Difícil mesmo entender como existe gente vivendo num país democrático se manifestar favoravelmente a tão horrendo criminoso.
E a CPI do mais recente escândalo? Sobre isto a jornalista Dora Kremer definiu tudo muito bem apenas com esta frase: “Se ninguém cede, a coisa não anda. E se a coisa não anda porque ninguém cede é porque não interessa a ninguém fazer a coisa andar”. Tudo muito claro quanto à conclusão de mais uma “investigação”...

(*) Foto: Fidel Castro e Che Guevara

Um comentário:

Anônimo disse...

Este texto comprova mais uma vez a máxima: "Quem não foi comunista quando jovem,não tem coração, e depois de adulto não tem cérebro...."