12 de fev. de 2008

Ex-presidentes usam cartões corporativos

Por Chico Bruno

O meu amigo Cláudio Humberto anunciou para o país que o ex-presidente Fernando Henrique usa cartão de crédito corporativo do governo federal, pilotado pelo ecônomo Eduardo Maximiano Sacillotto Filho, funcionário da Presidência da República, que controla algumas despesas de FHC, em São Paulo.
De acordo com Humberto, "os carros de FHC são abastecidos com cartão corporativo sempre no mesmo posto em Higienópolis, bairro onde reside o ex-presidente."
Por lei, todos os ex-presidentes da República têm direito a carros, assessores e seguranças mantidos pelo governo federal.
As regalias valem, também, para os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor e Itamar Franco.
FHC, graças ao Cláudio Humberto, já se sabe que usa, quanto aos outros três presidentes devem usar também, afinal é legal.
Só será ilegal se estiverem usando indevidamente os cartões. Pela nota do Cláudio, o ex-presidente Fernando Henrique o está usando dentro dos limites legais, abastecendo os carros a que tem direito como ex-presidente da República.
Aliás, Fernando Henrique Cardoso comunicou a direção do seu partido, o PSDB, que está pronto para ser investigado quanto ao uso de cartões corporativos e saque de dinheiro nas chamadas "contas tipo B" na época em que foi presidente do Brasil.
O comunicado de FHC foi motivado pela ameaça de Lula, divulgada pela imprensa, de divulgar os gastos presidenciais com cartão de crédito corporativo do ex-presidente.
Nós contribuintes temos o direito de saber o que é feito com o nosso dinheiro, principalmente pelo primeiro servidor público da Nação: o presidente da República.
Afinal, porque tanto segredo com os gastos com comida e bebida nos palácios à disposição do presidente Lula.
O Portal Transparência precisa incluir todos os gastos, principalmente os recursos sacados na boca do cofre por todos os ecônomos. Não custa nada explicar o que estão fazendo com o meu, o seu, o nosso dinheiro recolhido em forma de taxas, contribuições e impostos.
Aliás, uma prática que deveria ser abolida, pois pouca coisa hoje é paga em dinheiro vivo, haja vista, que até nas feiras-livres e nas feiras do Paraguai do país tudo é pago com cartão de crédito.
Se o ministro Orlando Silva (Esportes) tivesse pagado em “cash” a tapioca, o país nunca saberia que ele é gosta da iguaria nordestina ou se Matilde fizesse o mesmo no “dutty-free”, nos nunca saberíamos que ele andou usando dinheiro público para comprar produtos importados.
O mais trágico neste episódio é o presidente Lula não querer que o Portal da Transparência divulgue as despesas com cartão corporativo feitas por seguranças que prestam serviços ao Planalto e a sua família.
Pior, ainda, é Lula criticar a Controladoria-Geral da União (CGU) por exibir no portal gastos de funcionários destacados para proteger seus filhos.
Mas, Lula perdeu os limites, ao afirmar que não se trata de censura, mas que é preciso preservar as instituições em nome da segurança nacional.
- Não tem sigilo demais. Tem de menos. Nós fizemos um Portal da Transparência e pusemos tudo lá, mas é preciso cuidado, afirmou Lula.
Pensando bem, que tal acabar com os saques em dinheiro e aperfeiçoar a transparência, fazendo com que ela seja em tempo real pela internet como previsto no PLP 217/2004, de autoria do ex-senador João Capiberibe.
Está todo mundo na mídia preocupado com os cartões, mas pouca gente sugere o contido no parágrafo acima.
PS. O José Serra suspendeu por tempo indeterminado a utilização dos cartões de débito do governo de São Paulo até apurar as denúncias feitas pelo PT de São Paulo.

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