23 de fev. de 2008

Megasena

Por Ralph J. Hofmann

Lula tem uma atitude de ganhador da Megasena. “Estamos com superavit. Então vamos gastar”. Vem fácil e é fácil gastar.
Quatorze anos de estabilidade na política econômica geraram este saldo credor. Mas cautela e caldo de galinha se fazem necessários. O Brasil não tem todos estes recursos. Estes recursos estão no Brasil. Uma história muito diferente.
Como o governo tem uma dívida interna absurda e não pode deixar de rolar a dívida, obviamente a economia precisa crescer mais rápido. Mas com o governo, e não os bancos, ajustando em 12% o juro da dívida interna para atrair estas aplicações, o custo de implantar sistemas cada vez mais modernos continua escorchante. Algo como se o custo de uma máquina fosse gerar despesas adicionais de duas vezes o seu preço para instalações e periféricos. Muitos destes custos são impostos.
Por outro lado isto também afeta coisas vitais para a manutenção de exportações e o custo de operar.
Uma implantação da massificação do rastreamento do gado, que tem relação direta com as vendas é exige muito dinheiro. Mas gera emprego para muita gente, espaços a serem ocupados por técnicos de nível médio.
O mesmo poderia ser dito sobre o controle de qualidade de qualquer “commodity” brasileiro. Lembram as alegações da China sobre o soja brasileiro? O governo só soube gaguejar. Não havia fontes confiáveis de informação de qualidade.
Estes são exemplos de gastos a serem feitos sem transformar o Brasil num imenso canteiro de obras superfaturadas. Os valores seriam relativamente pequenos, realizados pelos empreendedores, mas deveriam surgir de impostos mais baixos e da melhor aplicação dos impostos arrecadados.
Com o aumento atual da arrecadação basta o Lula enxugar a máquina dos parasitas que instalou, baixar algo os impostos, facilitar a eliminação de equipamentos obsoletos e troca por novos que os resultados prontamente aparecerão. Crescerá a produtividade, surgirão novos empregos, a necessidade de Bolsa-esmola cairá e o indivíduo, antes dependente de esmola oficial passará a receber salários atraentes e consumir, gerando por sua vez recolhimento de impostos, e quiçá sobra para diminuir a dívida interna. .
Não é gastar. Gastar é uma baboseira. É facilitar os gastos no lugar certo e sem desvios para manter-se no poder ou influenciar futuras eleições.
Mas sinto que escrevo para os que concordam comigo. Nenhum petista leria isto.

4 comentários:

ma gu disse...

Alô, Ralph.

Titulo muito bem escolhido. Combina bem com o inquérito aberto pela PF para descobrir porque a loteria acumula tanto e aí saí para um 'daqueles' escolhidos.
O rastreamento não funciona bem porque? A maioria dos nomeados são petistas. E se massificar, mais petistas.
Suas sugestões são as minhas. Mas para serem implantadas, teríamos de ter um Presidente, letra maiúscula.
Já um sapo barbudo (que visão do Brizola, não?) com uma estrela vermelha na testa...
E a última frase, desconsolada, mata a pau!

Getulio Jucá disse...

Um governo sério e comprometido com o desenvolvimento do seu país não fica a falar asneiras ao vento. Não procura agradar aos insensatos.

A prudência transcende em todas as situações. Trata-se da primeira e mais importante regra no agir e falar, tanto mais importante quanto maior e mais elevada posição.
Um grama de prudência vale mais que uma arroba de habilidade.

E isto, podemos constatar, é óbvio, o "lider e guru espiritual" dos petistas não tem. Não possui! Jamais, e em tempo algum conseguirá.
É da natureza!

Anônimo disse...

Desde a época da ditadura militar, aliás, antes , desde a época de Juscelino, que é a que eu peguei (as anteriores só conheço um pouco pelos livros de História, entãonãoposso testemunhar pessoalmente), o problema é que o Governo nunca diminui seus gastos, então eles fazem essas "armações" mirabolantes para arrecadar e justificar. De que adianta não ter dívida externa e ter mais de um trilhão de dívida interna? Ou ele vai ter que fazer máxi, ou aumentar juros, ou pegar a poupança. Ou fazer daqui rota internacional de jogatina, tráfico, sei lá, alguma coisa bem escrota que o mundo quer fazer, mas um país civilizado não pode fazer. A situação não se sustenta. Ainda mais que o sapo agora resolveu ser marajá e comprar até um relógio Cartier de16.000 dólares... entre outras coisas... como toda a família, assesores, amigos, parentes e assim vai... (até os prefeitecos daqui).

Anônimo disse...

Será que ele comprou no cartão corporativo ???