13 de fev. de 2008

Nunca antes

Por Plínio Zabeu

O presidente Lula gosta de fazer discursos. Se dependesse dele, esta seria a sua única atividade. Mas quando tem que falar de corrupção no seu governo ( e não é pouca) simplesmente se omite. E, quando não lhe resta alternativa usa a frase conhecida:
“Eu não sabia”. E pronto. Assunto encerrado. Os deputados e senadores que se digladiem por instalação de CPI. Afinal os resultados são previamente conhecidos. Os cartões corporativos ensejaram um acréscimo no setor imoralidade, roubalheira, desrespeito ao dinheiro público e tudo o que de pior possa haver. Que se investigue tudo desde 1998. Quem não deve não teme, diz o sábio ditado. Mas a situação quer o controle. A oposição discute mas concorda. E ficam nessa lengalenga para que tudo caia no esquecimento que é o que mais importa aos políticos brasileiros, desgraçadamente.
Que nunca antes houve tanta corrupção isso é verdade. Que temos sido enganados quanto a promessas e necessidades do país, também.
Vejam a questão seria do “desmatamento”. Um grupo de deputados pretende anistiar os desmatadores. Exatamente como fazem vereadores quando incentivam ocupações irregulares em áreas não permitidas e até perigosas em troca de apoio na reeleição. A área irregularmente ocupada eles conseguem legalizar a custa de negociações entre eles. Depois vem a chuva, os alagamentos, os deslizamentos, as tragédias com morte dos mais pobres que lá se instalaram munidos de seus títulos de eleitores.
Mas o mais importante para os políticos é a manutenção do apoio. Lula conseguiu o seu com o famoso “bolsa esmola” (nome oficial: Bolsa Família) que lhe garante pelo menos 60% do eleitorado. Mas, como apareceu mais uma “bomba” (a dos cartões que mostraram um gasto estratosférico em comparação com o governo anterior) que poderá de certa forma “macular” seu bom nome, eis que novo projeto acaba de ser colocado: O da “Bolsa Geladeira”. Pode? Para justificar uma diminuição no consumo de energia, de acordo com o tal projeto, todos os pobres terão gratuitamente a troca de suas geladeiras antigas por novas, mais econômicas. E isso com dinheiro de quem? Nosso. Que pagamos impostos hoje no montante de 38,5% do PIB.
E o que se espera do presidente virá sempre com a frase acima iniciada. Nunca antes realmente tivemos um governo assim. Beneficiado com uma evolução econômica altamente favorável no Brasil e no mundo, deveria nos colocar entre os mais desenvolvidos e não entre os que só dão o peixe e não a vara de pescar.

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