13 de fev. de 2008

Quem gasta mais?

As investigações de gastos com os cartões corporativos do governo prometem ser longas. Além das despesas secretas de Lula, os agentes da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), também subordinados diretos do Presidente, sacaram na boca do caixa R$ 26,5 milhões de reais em apenas cinco anos (2003-2007). O portal da transparência do executivo não informa os detalhes das despesas secretas realizada nas operações da ABIN, onde estão lotados os famosos arapongas do governo. Lá a alegação é que são "informações protegidas por sigilo para a garantia da segurança da sociedade e do Estado".
O Jornal do Brasil teve acesso às planilhas de gastos efetuados pelo mundo da arapongagem durante os três primeiros anos do governo Lula (2003 a 2005). Os números revelam um vertiginoso crescimento de gastos - 600% - com este tipo de despesa secreta. No começo as despesas da ABIN representavam 20% dos gastos com os cartões corporativos da Presidência e hoje ela responde por 68%. As planilhas ocultam as identidades dos verdadeiros barões da espionagem nacional que não são fiscalizados por organismos de controle interno como o Tribunal de Contas da União, Ministério Público e Congresso Nacional. No detalhamento dos gastos constam a matrícula do servidor, o tipo de despesa que está catalogado por códigos, os valores e as datas. Mas qualquer requerimento aprovado pela CPI poderá revelar o rosto dos barões da ABIN.
O demonstrativo de gastos com cartões corporativos na ABIN é dividido em duas partes. Um primeiro relatório - classificado internamente como "recursos ostensivos" - relaciona despesas variadas que foram realizadas com aquisição de materiais de escritório, informática, escuta, combustíveis e até pagamento a pessoas jurídicas. Além dos elevados valores, o que está despertando a curiosidade da oposição é a identidade por trás das matrículas e o tipo de trabalho realizado por meia dúzia de arapongas que têm mais assiduidade e maiores valores nos saques.
O detalhamento dos gastos está em uma segunda listagem que leva o carimbo de "recursos sigilosos", invisíveis à fiscalização. As despesas são lançadas com apenas os quatro últimos dígitos identificadores do tipo de gasto, quando o correto é o lançamento com os últimos oito números da despesa. É um forma de dificultar a fiscalização. Há uma grande quantidade de lançamentos com o código 1101 que despertam desconfiança por se tratar do número que classifica vencimentos e salários.

Leia a matéria de Weiller Diniz no Jornal do Brasil online

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