Se uma lufada de bom senso não varrer da cabeça dos líderes do governo - e, soprando com mais violência, das cucas coroadas do Palácio do Governo - a estapafúrdia tentativa de empalmar o controle absoluto da Comissão Parlamentar de Inquérito dos cartões de crédito corporativos vamos despencar na vala do ridículo internacional de uma CPI governista para investigar denúncias, cada vez mais numerosas e cabeludas, de gravíssimas irregularidades com o sumiço de milhões.
Este é o ponto central e mais delicado da queda-de-braço entre as lideranças dos dois lados e que oscila entre um acordo, a esta altura improvável, ou a escalada da insensatez.
Os argumentos invocados na rotina parlamentar, com a estrita obediência às normas regimentais e o costume não se aplicam na excepcionalidade do drama ético que amargura o governo do presidente Lula. E que é o que explica o disparate da instalação de uma CPI para apurar denúncias que continuam a pipocar a cada dia, de saques com os cartões corporativos para o uso indevido ou suspeito, com a presidência e o relator controlada por parlamentares governistas e certamente escolhidos a dedo.
Claro que as normas regimentais para a rotina de cada dia segue à risca o critério do tamanho das bancadas.
Mas não é o caso. Só com o que já se conhece, e com o suporte de documentos, não tem cabimento entregar a aliados do governo a presidência e a relatoria da CPI, sobrando para os representantes da oposição o microfone para o esperneio e a repercussão na imprensa.
Leia a matéria no Jornal do Brasil online
Um comentário:
Não entendo de leis, mas acho que o povo poderia entrar com uma ação popular na Justiça, para que o caso fosse julgado independentemente de CPIZZA. Será que é possível? Eu não estou entendendo esse silêncio da sociedade perante o bailado macabro e corrupto do Congresso! A única coisa que vejo são alguns blogs realmente comprometidos com a cidadania e todo mundo indignado. Não é posível!!!
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