"os lucros somados das quatro entidades financeiras que já divulgaram seus balanços foram de portentosos R$ 21,777 bilhões (Itaú, R$ 8,474 bi; Bradesco, R$ 8,010 bi; Unibanco, R$ 3,448 bi; e Santander, R$ 1,845 bi).
Recapitulando, pois: para os 11 milhões de famílias beneficiárias da Bolsa-Família, R$ 21 bilhões; para quatro "famílias" financeiras, um pouco mais (R$ 21,777 bilhões).
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Nunca neste planeta (ou qualquer outro) banqueiros se divertiram tanto com o "socialismo"."
Recapitulando, pois: para os 11 milhões de famílias beneficiárias da Bolsa-Família, R$ 21 bilhões; para quatro "famílias" financeiras, um pouco mais (R$ 21,777 bilhões).
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Nunca neste planeta (ou qualquer outro) banqueiros se divertiram tanto com o "socialismo"."
Socialismo jabuticaba
Por CLÓVIS ROSSI da Folha de São Paulo
O governo Luiz Inácio Lula da Silva gastou, com todos os seus programas sociais, em 2006, algo em torno de R$ 21 bilhões, calcula João Sicsú, diretor de Estudos Macroeconômicos do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas.
Gastou, não. Investiu. Trata-se de um caso raro de investimento público cuja necessidade ninguém discute.
Discute-se apenas o fato de programas como o Bolsa-Família, o principal na área social, não levarem a mudanças estruturais em um país em que parcelas consideráveis da população são pobres ou miseráveis. Frei Betto, por exemplo, assessor especial de Lula nos dois primeiros anos de mandato, diz que esse tipo de assistencialismo não muda a essência das coisas.
É verdade, mas é igualmente verdade que, enquanto não ocorre a mudança de estruturas (que, de resto, não está à vista), é melhor o assistencialismo que nada.
Viremos o foco agora para outros números do pobre país tropical: em 2007, os lucros somados das quatro entidades financeiras que já divulgaram seus balanços foram de portentosos R$ 21,777 bilhões (Itaú, R$ 8,474 bi; Bradesco, R$ 8,010 bi; Unibanco, R$ 3,448 bi; e Santander, R$ 1,845 bi).
Recapitulando, pois: para os 11 milhões de famílias beneficiárias da Bolsa-Família, R$ 21 bilhões; para quatro "famílias" financeiras, um pouco mais (R$ 21,777 bilhões). Na verdade, são mais famílias as que ratearam os R$ 21 bi de doações oficiais, já que muitas delas estão em outros programas sociais que não o Bolsa-Família.
Deve ser essa a redistribuição de renda que a propaganda oficial diz estar havendo. Ou a "moral socialista", a que pandegamente aludiu o ex-ministro José Dirceu, em seu artigo para a Folha de quarta-feira.
Nunca neste planeta (ou qualquer outro) banqueiros se divertiram tanto com o "socialismo".
10 comentários:
O fato de Lula ainda não ter sido afastado do poder, reside nisso aí.
Enquanto os banqueiros lucrarem tanto assim Lula está blindado.Inverta-se a situação e logo os carapintadas estarão nas ruas fazendo zona como faziam antes. O dinheiro é a mola do mundo, e se a UNE está lá caladinha é certamente porque está chovendo na sua horta.
E o MST? sintomático, faz jogo de cena,as centrais sindicais, caladas comendo sobra de algum banquete.
Chamo, na minha singela ignorância política e econômica, este fenômeno de capitalismo de Estado e socialismo para o povo. Para este, o achatamento da classe média, os impostos, os juros altos dos bancos, má saúde, má educação, bolsa família para enganar os trouxas. Para os que mamam nas tetas do governo, jogo nas Bolsas, anistia de impostos, cartões corporativos, pizzas, lavagem de dinheiro, participação em esquemas internacionais, fraudes em licitações, mensalões, caixa 2, empréstimos milionários, especulação imobiliária, mudanças de leis para transformar o filho do chefe no maior capitalista de Estado que o Brasil já viu... ou monarquia...
Cássio,
Não sou banqueiro — e a maior prova disso é que estou aqui, escrevendo —, mas não vejo nenhum escânadlo no fato deles ganharem tanto dinheiro. Afinal, o lucro é demonstração de que eles são bons no que fazem.
Me preocuparia muito mais se eles estivessem em má situação. Como regra, admiro os empreendedores de sucesso, invejando-os (na melhor acepção) e às vezes me entristecendo por minha incompetência de sequer chegar aos seus pés.
Além do mais, não foi o próprio "noçoguia" quem mandou que todos os brasileiros largassem a mão se ser preguiçosos e tirassem os gordos e peludos rabos das cadeiras para mudarem de banco quando as dexas de juros daqueles com os quais operassem fossem mais altas que as dos concorrentes?
Há criticas (boas e verdadeiras) a serem dirigidas contra os banqueiros — menos por serem lucrativos.
Talvez estarei remando contra a corrente, mas me desagrada muito mais os tais desperdícios ditos "sociais" que o idiota do Clóvis Rossi, professoralmente quer chamar de investimento, porque sabemos que os pobres só estão recebendo esmolas e se acostumando com elas, em vez de estarem recebdendo capacitação para se livrarem desse tipo de dependência de mão dupla (pois mantém os "beneficiários" cativos daquele que concede).
"Sei não", mas queria ver muito mais manchetes iguais, não apenas para os bancos, mas para todos os empreendedores realmente competentes.
Agora, se quisermos discutir como e porque os bancos ganham dinheiro, creio que o enfoque a ser dado deva ser outro.
Saudações,
Abreu, não questiono o lucro dos banqueiros. Mas que é hilário ver esse lucro - o maior da história - em um governo petista, isso é.
Acho que os bancos devem ter lucro mesmo, e quanto mais se capitalizarem, menos risco teremos de uma crise bancária, e isso seria o pior dos mundos. Inveja?, bem ... é claro que tenho também, hehe
Mas é gostoso poder jogar isso na cara dos petistas, dizer que a "elite burguesa" financeira adora o governo do PT.
Cássio e Yoda
Que a força esteja convosco.
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● Cássio,
Logo que li seu texto, já tinha compreendido seu ponto de vista. Acabo de ler meu comentário (e me espantei, de tão mal escrito!), e acho que não discrepamos, caminhando pela mesma trilha.
● Ralhp,
Que a força esteja conosco.
Estou sentindo falta das caricaturas do Lula, a de Delubio, o "homem da mala" ficou ótima.Imaginei uma assim:Lula e um banqueiro sentados à frente de um monte de dinheiro, fazendo uma partilha.O banqueiro: um pra eu, um pra tu, um pra eu.
Um pra eu, um pra tu, um pra eu. E o Lula assustado,"Queéissocumpanhero, mas foi eu..."
Vou fazer uma pergunta: já aplicaram na poupança? Viram a taxa?
2ª pergunta: já pediram empréstimo? Viram a taxa?
Se considerarmos que, por exemplo, o Santander recebeu do governo o dinheiro para acertar os débitos da Previdência dos seus funcionários e preferiu arriscá-lo no mercado de risco, vou dizer doutoralmente: não só de competência e trabalho enriquece o homem.
Tendo em vista que quase todos têm suas off-shore nos paraísos fiscais, é fácil inferir os tentáculos...
Olá Rô, não falei disso, para não encompridar a resposta, mas a pouca competitividade do sistema financeiro daqui (acho que devemos levantar a bunda da cadeira, hehehe), mas não saberia argumentar como resolver isso. Abrir o mercado para o sistema financeiro internacional? Já fizeram isso antes, e o Santander é um dos estrangeiros.
Acho que passa por diversas medidas, conjuntas, como a diminuição da inadimplência e o risco dela, que passa muito pela falta de cumprimento das leis que poderiam dar mais segurança aos empréstimos.
É o dialogo do pescoço com o facão,qual a elucubração matemático financeira medidora de risco de inadimplência que justifica cobrar juro de 4% no empréstimo consignado, que vem descontado no INSS.
As palavras usura e agiotagem não figuram no dicionário só para efeito e enriquecer a língua, mas para enriquecer meia dúzia de finórios sonegadores contumazes.Figurões manjados, que a CPI do Banestado camuflou para "proteger" o sistema bancário.
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