Solta uma brahma da antártica

Por Giulio Sanmartini


Poucas vezes um presidente em tão curto espaço de tem fará viagens tão “importantes para o destino do país”. Na primeira, Luiz Inácio Lula da Silva, foi a Guiana Francesa encontrar-se com o recém empossado e recém casado Nicolas Sarkozy. Os objetivos do encontro foram de tal magnitude, que até agora a assessoria do Palácio do Planalto está confusa para explicá-los..
O próximo programa será uma visita na Estação Antártica Comandante Ferraz (Pólo Sul). Há uma grande dúvida: se o presidente, que irá no navio Navio de Apoio Oceanográfico H44 Ary Rongel, desembarcará em terra firma, pois ao o yemor de uma mudança de tempo e assim Lula ficará preso no local como. aconteceu há poucos dias com congressistas brasileiros. Pode ser até que ele venha a desistir da empreitada. Pelo menos se ficasse alguns dias imóvel mo Pólo Sul, ganharia a nação pois lá não tem possibilidades de usar o famigerado Cartão Corporativo.

E assim de inutilidade em inutilidade, Lula se diverte e o país dá enormes passo para trás.
Nesta semana, Lula não vai apenas visitar os dois extremos do Brasil na região Norte e Sul. Geograficamente, o presidente vai além. Se seguir o programado, Lula deve embarcar na sexta-feira para passar pouco mais do que cinco ou seis horas em um pedaço do Brasil que não fica em território nacional, mas que há 25 anos desbancou o Chuí como nossa última fronteira no hemisfério Sul. Ainda não se sabe se Lula de fato vai à Estação Antártica Comandante Ferraz, se passará a maior parte do tempo a bordo do Navio de Apoio Oceanográfico H44 Ary Rongel ou mesmo se cancelará a viagem por temer que aconteça o mesmo problema de tempo ruim que prendeu na estação chilena por quase uma semana um grupo de 12 parlamentares brasileiros, que visitavam a região à convite da Marinha. Na dúvida sobre o tempo, a equipe responsável pela logística das viagens do presidente já preparou uma estrutura para o caso de ser necessário que Lula fique na Antártica mais tempo do que o previsto.
É que, com um ambiente diferente mesmo para a maior parte dos brasileiros acostumados a passar férias na neve, a região Antártica tem como uma de suas características mais ameaçadoras as repentinas mudanças de tempo, que costumam pegar de surpresa até mesmo pesquisadores que frequentam a região há mais de uma década. Em poucos minutos, um dia de céu azul e um sol que permite até um passeio pela neve com o casaco aberto e sem se preocupar com o rigoroso inverno antártico se transforma em uma quase noite de um frio inclemente e assassino - literalmente, caso o pobre incauto não encontre um abrigo adequado.
Portanto, faz sentido a preocupação do presidente e de seus auxiliares. Mas a ida de Lula à região também tem um objetivo. Recentemente, o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon esteve por lá e analistas da área militar interpretam que foi graças a esta visita que há tanto interesse de Lula na viagem, que serviria como um sinal de valorização às pesquisas antárticas, sobre mudanças climáticas e aquecimento global. Ainda assim, não seria conveniente deixar o presidente do Brasil uma semana na geladeira por este motivo. Até porque talvez Lula, fanático por futebol, não tivesse ficado tão satisfeito, como os parlamentares brasileiros, que acharam até graça de terem perdido de 5x3 para os militares chilenos numa pelada que jogaram na base deles para passar o tempo.