15 de fev. de 2008

Um país de amorais

Às vésperas da retomada das negociações para a reabertura do mercado europeu à carne brasileira, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes (foto), disse ontem, no Senado, que alguns frigoríficos venderam carne de animais não rastreados para a União Européia (UE). A incapacidade do governo brasileiro de garantir a rastreabilidade do gado levou as autoridades européias a suspender as compras de carne do Brasil no último dia 1º.
“Hoje eu tenho certeza disto: eles (frigoríficos) exportaram para a União Européia carne rastreada e não rastreada”, disse Stephanes, durante audiência na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária. Ao deixar a reunião, o ministro evitou estender-se no assunto. “Prefiro não ter fogo amigo.” Segundo ele, a suspensão das exportações provoca prejuízo diário de R$ 5 milhões ao Brasil.
Para atender às exigências da UE, o sistema de rastreabilidade começou a ser implementado em 2002, quando era ministro da Agricultura o atual presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Marcus Vinícius Pratini de Moraes.
Apesar de Stephanes ter evitado dar mais detalhes, representantes da iniciativa privada avaliaram que o estrago está feito. “O ministro deu um tiro no pé”, resumiu uma fonte. Já a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), uma das líderes dos ruralistas no Senado, disse que os certificados de exportação são emitidos pelo ministério: “A declaração é gravíssima”.

Leia a matéria de Fabíola Salvador em O Estado de São Paulo

Um comentário:

Anônimo disse...

A carne tem dois lados.
Quando o Brasil vende muito para fora, o preço sobe aqui; o contrário BAIXA o preço.
Como eu não prefiro que os europeus e nosso presidente comam carne macia e eu a dura,bato palmas para o Stephanes.
Eu gosto de comer carne macia!
E que os pecuaristas da Renânia me perdoem.