4 de mar. de 2008

Explicando as biscates

Enviada por Giulio Sanmartini

Cinco dias depois de procurada pelo Jornal do Brasil para comentar o pagamento de "20 bailarinas" por um de seus funcionários, Júlio Castro Cavalcante, a Assessoria de Imprensa da Casa Civil da Presidência da República divulgou ontem nota na qual afirma que o pagamento não "trata de contrato de 20 moças". Mas, sim, de 20 vasos com flores para ornamento chamado de "bailarina".
A Casa Civil diz que, "conforme nota fiscal modelo 2 / série D, nº 1263, emitida pela Floricultura Madelon, em 08/03/2004, anexa à prestação de contas do agente suprido do referido órgão, foram adquiridos pequenos ornamentos artificiais para serem colocados na recepção da instituição e gabinetes, ao preço unitário de R$ 5,00 (cinco reais), no total de R$ 100,00 (cem reais)". E que "todas as recomendações constantes do relatório da auditoria interna que analisou o suprimento de fundos do referido funcionário foram atendidas. Ao contrário do que diz a matéria, o servidor apresentou as devidas justificativas para aquisição de 20 bailarinas, que esclareceu tratar-se de ornamentos".
Na reportagem, foi apresentado trecho da nota técnica (AC) número 084/2004 da Secretaria de Controle Interno da Presidência, assinada pelo secretário José Aparecido Pires, em que é revelado o processo 00200.001335/2004-21 daquele órgão, no qual o pagamento das bailarinas é apontado como tendo ocorrido "sem amparo legal". Diz o item 10 do processo citado: "No que tange à aquisição das bailarinas sem amparo legal, folhas 20, o agente suprido não teceu comentários".

Imagem: Moulin Rouge de Tolouse Lautrec

2 comentários:

ma gu disse...

Alô, Adriana.

Fiquei feliz em ver você editar matéria do Giulio. Sinal que ele está voltando. Esta é uma boa notícia...

Abreu disse...

Ciao Giulio!

Como Você gosta de ornamentar seus posts com imagens, fico satisfeto que a escolha tenha sido por uma obra de arte e não com aquelas obras que são "descarregadas" em vasos sanitários (as fotos do apedeuta) que Você insiste em nos inflingir — parecendo até uma tara (rs)!

Mas retornando ao tema de abertura, fiquei com uma dúvida: para esse tipo de despesas com as bailarinas, não teria que haver alguma forma de licitação?

Indago isto porque, há poucos dias, quando a petralhada questionou (pela imprensa) gastos feitos com cartões de débito no Governo de São Paulo (para tentarem abafar, comparando, o próprio escândalo do Planalto), afirmando que determinado policial havia comprado cosméticos numa loja de baixo custo, esqueceram-se eles de que em S.Paulo os gastos com cartões de débito (e não de crédito) obedecem a cronogramas de compras pré-aprovados, etc. et all.

E agora? O que elles dirão sobre licitação, tomadas de preços, e "essas coisas"?

Seja bem vindo de regresso.

Arrivederci,