16 de mar. de 2008

A geladeira do Lula

Por Ralph J. Hofmann

Lula quer financiar geladeiras novas para que os pobres possam trocar suas velhas geladeiras corroídas por novas.
Ótima idéia de quem a tenha sussurrado nos ouvidos do Ewok-presidente. Tem muitos méritos. Acaba com as velhas geladeiras de gases ultrapassados que destroem a camada de ozônio. Quer dizer, se os compressores e condensadores forem sucatados através de agentes autorizados que possam dar um destino seguro ao gás. Mas claro, o governo já planejou isto em suas minúcias. Deve haver um documento de 100 páginas para explicar como isto se fará.
Depois, eletrodomésticos baratos são ótimos. Quando se tem dinheiro para pagar as prestações.
Suponho que o governo também vá zerar os 50% dos impostos que incidem sobre as geladeiras deste projeto. Ôpa! Problema! Como é que ficam os impostos sobre as geladeiras dos que não estão qualificados para este programa de pai para filho. Além de pagar o subsídio ao financiamento das geladeiras via impostos vai pagar o dobro do beneficiário pela mesma geladeira. E fiscalmente os eletrodomésticos sempre tem sido tratados como objetos de luxo. Isto incluindo geladeiras num país quente. Diga-se de passagem, assim como sabonete e outros produtos essenciais para o asseio pessoal. Tem algo de errado com essa idéia, mas não consigo dizer o que. Ajudem-me. Ah o nome é igualdade de direitos sob a lei.
As novas geladeiras, mais econômicas energeticamente, economizarão rapidamente uma grande quantidade de eletricidade. Mas a produção de aço consome algo como oito toneladas de água por tonelada. Água que sai das represas que geram energia. Consomem isolamento de poliuretano e alumínio e outros plásticos que por sua vez consomem energia para ser produzidos.
Nossa produção de aços terá ociosidade para enfrentar um acréscimo de produção deste porte?
É claro que as velhas geladeiras terão de ser substituídas e preferivelmente destruídas para não seguirem no mercado com seu consumo exagerado. Mas, possivelmente, os defensores deste programa não saibam que as geladeiras produzidas nos últimos trinta anos, não duram mais o tempo das geladeiras anteriores à década de setenta. A maioria fica corroída, seus plásticos quebrados em algo como dez anos. E os compressores mais velhos em uso já foram substituídos por outros mais modernos que duram no máximo quinze anos. Não se herda mais geladeiras de trinta anos. E quem tem uma geladeira mais velha que isto tende a preservá-la, pois seu gabinete é mais resistente.
Notamos que as geladeiras tem sido vendidas em volume crescente, assim como fogões, pias e torneiras. Resultado do crescimento da renda disponível dos que estão empregados. Ou seja, se substituir geladeiras é o objetivo real, não mais um factóide eleitoreiro, ou o turbinar do PIB, basta ao governo fazer alguma renúncia fiscal. Os volumes adicionais serão toleráveis sem que as indústrias tenham de efetuar expansões no afogadilho, e sem que se tenha de ferir mais o meio ambiente com grandes expansões emergenciais sem poder garantir planos para não cometer crimes ecológicos, e sem que se cometa injustiças fiscais.

2 comentários:

Cantinho do Joe disse...

Vocês podem ver como será feito através do meu comentário do artigo Bolsa Família.

Chacon disse...

Perai.....!!!! O cara não sabe o que fala!!!!!!!!!!! Primeiro quer conter o consumo pq tem medo da inflação que ele não tem capacidade e conhecimento para conter. Agora quer trocar o parque de geladeiras brasileiro???? Nuintindi nada.... Vamo ter critério minha gente!!!!!!!!!!!!!!!