29 de mar. de 2008

O gambito ACM

Por Ralph J. Hofmann

Já vi esta jogada antes. A jogada do dossiê. Se fosse xadrez seria chamada do “O Gambito ACM”. Gambito é uma jogada inicial de xadrez que carrega a estratégia do jogador para a partida.
Cheguei a este termo por lembrar das “Guerras Maluf X ACM”. Na década de oitenta ACM desfilava com uma gorda pilha de documentos, esmurrava a mesa e dizia que este era o dossiê de informações que tinha sobre Maluf. Nunca mostrou o dossiê porque ou não continha material não comprovado, ou porque Maluf certamente teria material suficiente para revidar. Mas nos currais eleitorais da Bahia funcionava. À época eu estava num Congresso Internacional de Irrigação em Salvador e lembro que no “happy hour, com a TV ligada mostrando as bravatas do ACM os baianos aprovavam o ACM e nós forasteiros dizíamos simplesmente que ACM e Maluf eram farinha do mesmo saco.
Pela estratégia da Dilma tanto mostrar o dossiê do governo FHC não interessa. Uma comparação com os dados do governo Lula fatalmente mostrará a barba do dito cujo fartamente lambuzada com marmelada.
Mas alegar que o dossiê existe e depois não mostrar? Deve ter parecido puro lucro para Dilma e outros. Por inferência o PSDB já estaria condenado. O “gambito ACM” não necessita de fatos Apenas da semelhança a fatos.
FHC e a Doutora Ruth serenamente mandaram que, por favor, se mostrasse os relatórios de sua permanência no governo. Podemos chamar em xadrez de “a manobra FHC”.
Creio que foi um tiro n’água. Se visava atingir os profissionais desiludidos, de classe média, que ajudaram o PT a se eleger não conseguiu. Para pessoas que lêem os fundilhos das calças do PT estão rotos ha muito tempo.
Na verdade, em se tratando de Dilma, a exímia planejadora de assaltos, assassinatos, e, principalmente de massacre de reputações foi uma conta negativa.
Sua blindagem hoje lhe custará caro numa campanha publicitária. E vai quer verdade quer não ligá-la ao dossiê FHC anterior, com recursos misteriosos.
Numa campanha é só mencionar o crime e colocar a dúvida. Ao contrário de um processo não ha necessidade de verificar se os fatos podem ser comprovados em juízo.

4 comentários:

ma gu disse...

Alô, Ralph.

É bem assim. No caso, o gambito Estela. Lembrei-me do golpe assestado pelo Collor contra o duende, que funcionou direitinho. Ter sido provado depois (e que está nos custando muito caro hoje pois, além da filha, tem o 'cumpanhero' e os seguranças, para serem sustentados pelo cartão transparente), o fato é que funcionou bem na ocasião.

Anônimo disse...

Dois comentários:
1. Em MG, consta-se a mesma história, mas com um complemento: ACM teria sido ameaçado de "processo por difamação" e recuou. Esclareço: Num processo por difamação, mesmo sendo tudo verdade, o processado pode ser condenado.
2. Gambito é uma jogada em que um peão é propositadamente sacrificado, para se ganhar posição ou tempo. É o que o Piolho tem feito com todos os cumpanheros que são pegos com a boca na botija. Só que depois tenta ressucitá-los...o que é tentativa de roubo no xadrez.
GILALMEIDA, de Juiz de Fora.

Anônimo disse...

Retifico: onde citei piolho, leia-se "piolho de cobra". Se quiser saber porque, procure o nome científico desse bichinho, também conhecido como gongolô ou embuá. Tem no wikipédia.
GILALMEIDA

Ralph J. Hofmann disse...

GILALMEIDA

Agradeço tua complementação