10 de mar. de 2008

Os cuidados com os papagaios

Por Fabiana Sanmartini

O Brasil é muito ligado aos papagaios (psitacídeos), dos quais também fazem parte as lindíssimas cacatuas, sua primas calopsitas, os coloridos agapornes, araras, jandaias.
Na primeira metade do século XVI vem denominado de “Terra dos Papagaios”, o fato curioso é que esta ave era um grande sucesso na Europa, inicialmente pela cor de sua plumagem depois pelo fato de aprender a falar. No ciclo econômico do pau Brasil, os marinheiros ficavam em terra por um ano organizando a carga tinham tempo suficiente para ensinar diversos papagaios a falar e depois, na volta, vendê-los a bom preço na Europa. Outro fato de igualmente interessante é que os psitacídeos são fieis, vivem por toda a vida com o mesmo parceiro. O pintor expressionista Paul Cézanne (1839/1906), tinha um seu atelier, que à entrada de seu dono, começava a “dizer” Paul é um grande pintor”. Segundo Cézanne, era seu crítico de arte.
Porém, uma atenção especial deve ser dada a uma doença característica, a psitacose (ornitose) que é grave e atinge, sobretudo, papagaios. Registrassem casos em que atinge a mamíferos: coelho, ovelhas, também cães, gatos e nem o homem está livre de contágio.
A psitacose é descrita como uma doença insidiosa. Às vezes, os animais atingidos são assintomáticos, outras vezes mostram particulares sintomas e a infecção nesses casos permanecem latentes. O stress pode acelerá-la, então a patologia sofre uma evolução e se transforma em doença verdadeira. Os animais contaminados apresentam sintomas como inapetência, fraqueza a plumagem fica desgrenhada, a secreção nasal e ocular tem consistência de muco.
A prevenção é básica, higiene! As gaiolas, por exemplo, devem estar sempre limpas e devem-se evitar, todas as maneiras, a superpopulação.
Num passado não muito distante a psitacose apresentou um risco sério também para os homens. Em meados do século passado, nos Estados Unidos, onde a criação amadora de papagaios era muito difusa, morriam 10% dos contagiados. Vale infirmar que seu contágio ocorre através de esporos que espalhados pelo vento são inalados.
A situação hoje é diferente. Mas existem as categorias de alto risco como veterinários, criadores e empregados dos abatedouros, estes devem desinfetar as mãos após a manipulação das aves contaminadas.

4 comentários:

ma gu disse...

Alô, Giulio.

Bom e informativo o post da Fabiana. Peço licença e desculpas para um derivativo, mas não quiz perder a oportunidade.
Quer dizer então que, quem pegar na mão de D. Luis I (um psitacídeo emplumado) deve lavar as suas depressinha. Tenho certeza que ele é assintomático para psitacose. Latente desde os tempos metalúrgicos...

Anônimo disse...

Ué, Magu, ele não é uma besta quadrúpede?
Ou serão ambas as coisas, dependendo apenas da fase da lua!

Anônimo disse...

Mas essa foto é de um periquito australiano...

ma gu disse...

Alô, Giulio.

Acho que o anônimo se enganou. Parece mais um periquito pernambucano...