Os equívocos diplomáticos do atual governo –parte 2

Por Giulio Sanmartini

Antes de entrar no artigo propriamente dito, queria fazer um relato ao leitor.
Nasci na Itália e completei os dois anos no navio que estava me levando para o Brasil. Fui morar no Rio de Janeiro, onde estudei e adquiri a consciência cívica.
Dos estados da federação, só não conheço o Rio Grande do Sul. Morei em Manaus (AM), Porto Velho (RO), Salvador, Feira de Santa e Belmonte (BA); Juiz de Fora e Rio Novo (MG), São Paulo e Franco da Rocha (SP). Minhas viagens pelo país sempre foram trabalhando. Com isto quero dizer que também conheço o povo brasileiro, seus usos.e sua cultura.

Mais de uma vez fui alvo de xenofobia, duas foram marcantes, na primeira tinha 12 anos e fui humilhado perante minha turma na escola pelo professor de educação física, um sargentão casta grossa, que mandou que voltasse ao meu pai, pois como estrangeiro não tinha direito algum. Outra bem recente, quando um oficial de justiça, por motivos políticos, disse que não tinha direito à opinião pois morava de favor no país. Nada disso tirou meu amor pela minha terra de adoção, o fato que talvez me faz sentir mais brasileiro é bem prosaico. é que torço pela seleção brasileira de futebol, seja contra quem seja.
Isso é para mostrar que me sinto isento em dar minha opinião. Quando voltei à Itália, e vim para a cidade onde nasci, depois ter vivido 50 anos no Brasil, encontrei morando aqui exist 4 brasileiras. Em 2000, chegou um catarinense de Urussanga e descobriu que todos os descendentes de italianos nascido nascidos no Brasil, até a 5ª, geração tinham direito a dupla cidadania e que está poderia ser obtida aqui em 3 meses, contra os 8 ou 10 anos nos consulados do brasileiros, foi uma enxurrada, começaram a chegar às dezenas e depois às centenas.. Todos batiam em minha casa a procura de todo o tipo de ajuda, desde ensinar rudimentos do idioma, até ser padrinho de casamento, passando por tradutor de documentos. Portanto pude conhecer bem a mentalidade dos emigrantes brasileiros.

(*)Foto: Cidade de Belluno, onde nasci e moro.

Amanhã parte 3 e última.