13 de mar. de 2008

Os turistas profissionais

Por Ralph J. Hofmann

Estão considerando uma diária de R$ 450,00 para ministros em viagem dentro do país. Pessoalmente, à primeira vista, não considero demasiado. Isto considerando as diárias dos melhores hotéis das grandes capitais brasileira.
A questão é que se você olhar a maioria das grandes empresas brasileiras o número de gestores autorizados a se hospedarem nos hotéis mais caros do país é muito limitada. E já estive em empresas que em épocas de vacas magras baixavam o nível autorizado. Como numa empresa baixaram o nível de passagens de avião de classe executiva para classe turista.
Mas sabemos que o governo não trabalha com base em custo/benefício. Trabalha com imagens. O garboso ministro marcha através do Brasil cercado de um séqüito de seus assessores (outras tantas diárias de sabe-se lá quanto), em aviões da FAB, lembrando que não há primeira classe em vôos internos.
Para produzir o que? Não falo em ministérios que evidentemente precisam fazer alguma coisa. Falo em 37 ou sei lá quantos ministérios na maioria produzindo desde nada até puerilidades, essencialmente parte de uma aldeia de Potemkine apresentada à nação para parecer que o governo está trabalhando alucinadamente e que tudo está bem.
O que fazem os ministros nessas viagens. Quando uma ministra vai para congressos sobre racismo na África ou na Suíça, o que isto faz pelo Brasil? Quantas dessas viagens de fato rendem?
A primeira vista parecem belos convescotes para que o ministro aparente estar fazendo alguma coisa. No seu gabinete em Brasília ele de repente se dá conta que não faz nada. Gilberto Gil precisa ser ministro para fazer concertos (pagos) no exterior? Presume-se que não. André Malraux quando era ministro da Cultura não somente era André Malraux como tinha propostas (e as defendia) para a cultura francesa.
Uma figura inexpressiva, mas ligada em todos aspectos da cultura brasileira poderia fazer mais do que Gilberto Gil. O país não é só MPB. Celso Amorim que tem um desempenho menos que sofrível como Chanceler possivelmente seria um mais do que competente Ministro da Cultura.
Certa vez encontrei num aeroporto europeu um ministro da coroa inglesa. Não lembro qual. Mas era num período agressivo do IRA. Pois o sujeito se fazia acompanhar apenas de um único assessor e de um detetive da Scotland Yard.
Quero saber quantos representantes do povo brasileiro viajam tão espartanamente. E mais, gostaria que fizessem uma lista das viagens dos ministros e o que renderam, realmente renderam, para o país. Aliás, gostaria que os ministros mostrassem 52 eventos por ano que tenham sido rentáveis para o país e que tenham sido gerados por cada um destes 37 ministros. Uma ação por semana. Não vale citar programas implantados por governos anteriores. A continuação do que foi bem feito é obrigação não mérito. Ouviu Presidente. Pegar realizações dos outros e se apropriar deles como sua é igual a abigeato.
Abigeato para quem não sabe, é roubo de gado. Dá saudades do Velho Oeste. Ladrão de gado era enforcado na árvore mais próxima.
O MST, cujas cores o Presidente ocasionalmente veste e que não é combatido pelo desGoverno Federal costuma cometer desde abigeato até o crime de extrema crueldade com animais (crime federal e ação vil). Dá saudades de Wyatt Earp.

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