16 de Setembro de 2003
UM LEGÍTIMO PAU RODADO DE MATO GROSSO
Por Adriana Vandoni
Um pau rodado. Isso mesmo. Quando se formou em agronomia e decidiu, junto com seu irmão, se aventurar nas longínquas terras de Mato Grosso, trazia nas mãos um diploma e na alma um imenso espírito aventureiro, desbravador e curioso. Essa última característica o levou a lugares inimagináveis. O levou a se embrenhar na mata, a viver e conhecer os índios, os povos ribeirinhos. Mas nunca só de passagem. Ele vivia como os que encontrava pelo caminho. Conhecia os costumes, o linguajar, as peculiaridades de cada tribo.
Percorreu o Rio Araguaia do começo ao fim, palmo a palmo explorou cada pedacinho que a maioria de nós, nascidos em Mato Grosso, nem sabe que existe. Fez amigos eternos, companheiros de aventura.
Naquela época era um jovem forte, atleta, de olhos claros, bonito, apaixonado pela vida, vindo da cidade grande e, como se destacava da maioria dos nativos, não tardou para derreter o coração de uma cuiabaninha. Essa foi uma armadilha que o destino lhe pregou. O amor. Um amor tão forte que o fez esquecer a agitada e promissora São Paulo para viver aqui. Casou-se com uma mulher cuiabana e com o povo de Mato Grosso.
Dedicou sua vida a esta terra a ponto de não se admitir um forasteiro. Sempre exercendo cargos públicos, trabalhou sol a sol para o progresso do estado. Mas nunca deixou de lado a sua postura firme, o seu caráter coeso, muitas vezes criticado pelos que queriam “um jeitinho”. Mas com ele não. Dizia sempre que o mais precioso em um homem era a sua integridade, era a tranqüilidade do seu sono e a sua consciência limpa.
Esse foi, sem dúvida, o mais precioso ensinamento que passou aos seus filhos. A importância de uma vida ética, honesta e responsável. Um exemplo de vida que marcou não só a família, mas todos que com ele já trabalhou.
Esse homem, aos 80 anos continua lindo, forte, de olhos claros, apaixonado pela vida, claro, o porte atlético não resistiu à gula e o deixou redondinho, mas continua dando exemplo com suas atitudes, com seu caráter, com sua firmeza, que às vezes até pode ser confundido com uma rigidez intolerante, mas no fundo é doce, amigo, encantado e palhaço, nem sempre engraçado, com piadinhas de paulista, aliás, o único resquício que sobrou de sua origem.
É com muito orgulho que me envaideço de falar que esse homem é meu pai, e resolvi dividir com vocês a felicidade de estar comemorando seus oitenta anos. Meu mestre, meu ídolo, meu PAI e meu velho guloso, Rômulo Vandoni.
Hoje seu caminhar já não é tão firme como há cinqüenta anos, mas seus passos queremos seguir e quando suas pernas estiverem fraquejando, estaremos aqui, seus quatro filhos, para te amparar e te levar para caminhar conosco pelos mesmo caminhos que o senhor mesmo nos ensinou.
Naquela época era um jovem forte, atleta, de olhos claros, bonito, apaixonado pela vida, vindo da cidade grande e, como se destacava da maioria dos nativos, não tardou para derreter o coração de uma cuiabaninha. Essa foi uma armadilha que o destino lhe pregou. O amor. Um amor tão forte que o fez esquecer a agitada e promissora São Paulo para viver aqui. Casou-se com uma mulher cuiabana e com o povo de Mato Grosso.
Dedicou sua vida a esta terra a ponto de não se admitir um forasteiro. Sempre exercendo cargos públicos, trabalhou sol a sol para o progresso do estado. Mas nunca deixou de lado a sua postura firme, o seu caráter coeso, muitas vezes criticado pelos que queriam “um jeitinho”. Mas com ele não. Dizia sempre que o mais precioso em um homem era a sua integridade, era a tranqüilidade do seu sono e a sua consciência limpa.
Esse foi, sem dúvida, o mais precioso ensinamento que passou aos seus filhos. A importância de uma vida ética, honesta e responsável. Um exemplo de vida que marcou não só a família, mas todos que com ele já trabalhou.
Esse homem, aos 80 anos continua lindo, forte, de olhos claros, apaixonado pela vida, claro, o porte atlético não resistiu à gula e o deixou redondinho, mas continua dando exemplo com suas atitudes, com seu caráter, com sua firmeza, que às vezes até pode ser confundido com uma rigidez intolerante, mas no fundo é doce, amigo, encantado e palhaço, nem sempre engraçado, com piadinhas de paulista, aliás, o único resquício que sobrou de sua origem.
É com muito orgulho que me envaideço de falar que esse homem é meu pai, e resolvi dividir com vocês a felicidade de estar comemorando seus oitenta anos. Meu mestre, meu ídolo, meu PAI e meu velho guloso, Rômulo Vandoni.
Hoje seu caminhar já não é tão firme como há cinqüenta anos, mas seus passos queremos seguir e quando suas pernas estiverem fraquejando, estaremos aqui, seus quatro filhos, para te amparar e te levar para caminhar conosco pelos mesmo caminhos que o senhor mesmo nos ensinou.
7 comentários:
Pessoal, Adriana não explicou, mas "pau-rodado" é uma expressão que nós, cuiabanos, começamos a usar quando os primeiros imigrantes chegaram. Muitos aventureiros, sem preocupação com a própria imagem, lutando para mudar de vida a qualquer preço, faziam "negócios" que a população daqui não estava acostumada. O termo descrevia aqueles que, como em um rio, tinham se desprendido até se enroscar no primeiro local que apareceu. Se no início tinha esse significado pejorativo, os que aqui ficaram, casaram com cuiabanos(as) e formaram novas famílias, continuaram a ser descritos assim, mas "carinhosamente".
Adriana,
Parabenizo-a por ainda teres teu pai junto a vocês. Que o Deus de Nossos Corações dê a ele muita vida com saúde para que vocês possam estar em sua companhia desfrutando de seu amor.
Com isso, recordei-me do meu que já se foi. O conheci somente em meus quatro anos iniciais de minha vida e os últimos quatro dele e o venero até hoje. Gostaria de tê-lo ao meu lado, mas, assim foi a vida que me proporcionou.
Abraços. Antonio Fernando
Parabéns!
Faz oito meses que meu pai só me olha lá do alto (creio), e sinto muita falta dele.
Continue cuidando tão bem do seu.
Aguente o tranco Adriana,e que o ladrar dos cães não mude sua rota.Um abraço para a familia.
É, Adriana, a minha família é muito longeva. Tenho pai e mãe bem velhinhos, mas lúcidos, ainda. Minha vó morreu com 98 anos e só recentemente morreu uma tia-avó. Vamos ver até quando eu vou... É preciso saber envelhecer, conviviver com mais limitações, mas fortalecer o espírito na caminhada. Interesante a característica que você citou de seu pai: um caminhante que sabe usufruir de seu caminho. Legal!
Rô, eu conto com essa estatística familiar...rssssss. Sempre digo q quero virar semente pra ficar aqui até ver o mundo mudar...rssssss.
Agora falando sério, acho q o fundamental para uma vida boa é o humor, é saber transformar as agruras em aprendizado ou em comédia. É ñ ter medo de viver intensamente qq momento, seja de dor ou prazer. É se permitir sentir alegria, tristeza, saudades, raiva, indignação, amor, enfim, acho q é fundamental q nós nos permitamos viver.
É o mesmo em que acredito. Vamos tentar seguir assim...
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