30 de mar. de 2008

Tira a mão do meu bolso

Sensação de roubado
Mauro Chaves em O Estado de São Paulo

Os que acham que se está fazendo muita celeuma em torno dos cartões corporativos, que existem problemas muito mais importantes a serem resolvidos no País do que a briga de oposicionistas com governistas na CPI dos Cartões, que se exagera nas acusações de chantagem por meio de sórdidos dossiês de novos aloprados, ou que é simples mesquinharia a insistente cobrança da quebra de sigilo dos gastos presidenciais, com certeza ainda não descobriram a "sensação de roubado" que acomete o povo brasileiro, depois de se ver tão afanado por agentes do Estado. As vítimas de roubo costumam sofrer uma auto-avaliação de incompetência, negligência e impotência, sentindo-se culpadas por não terem sabido proteger o próprio patrimônio. Bem, em se tratando do eleitorado, essa culpa às vezes se justifica plenamente. Mas o importante é perceber que a "sensação de roubado" rebaixa a auto-estima, que tanto se pretende elevar no povo brasileiro.
O eminente tributarista Renato Ferrari já sintetizou (em seu livro Em Busca da Paz Tributária, pág. 58 - foto) o ponto mais sensível da relação Estado-cidadãos, nestes termos: "O Estado, sendo um meio e não um fim, deve servir ao homem e à sociedade e não servir-se deles; e sendo o Estado um ente abstrato, servir-se deles significa dizer o proveito pessoal, pelos agentes públicos, da sua condição de componentes e representantes do Estado, no plano concreto".

5 comentários:

Anônimo disse...

Caro Giulio, não sei se é porque hoje é sábado, mas me deu vontade de rir do livro, não porque não seja super-pertinente. É porque nada do que é verdadeiro é levado a sério por essa quadrilha que nos rouba diariamente. Imagine: uma pessoa pesquisa,, talvez anos, para tentar achar o equilíbrio de uma paz tributária e o beberrão, como tem na charge do sponholz abaixo, só pensa nas destilarias... Como se fala por aí, seria cômico se não fosse trágico...

Chacon disse...

O problema é que o Estado apesar de ser abstrato é dirigido por pessoas, e essas pessoas podem ser inescrupulosas ou não, serem competentes ou não, terem esse ou aquele sistema para governar. No caso desse, incompetente já é nítido, mesmo porque não tem experiência em administrar(imaginem que para ser diretor de uma grande empresa precisa estudar muito falar no mínimo dois idiomas, e ter uma experiência de muitos anos. Inescrupuloso, também, pois um caso de dossiê não foi o suficiente para aprenderem, e querem se sair bem às custas do prejuizo de 3o. e isso é falta de caráter e qto à escolha do sistema de governo.. qual país socialista puro que não usou e abusou do povo?

Unknown disse...

Eu acho que esta falta de indignação povo brasileiro é que tivemos 25 anos sob a ditadura e o povo se acostumou.

Outro assunto: O povo de MT no qual me incluo, entende que o instituto da reeleição é pra reeleger quem já esta no cargo, na nossa cabeça não é pra tirar quem foi um mau administrador.

outro assunto:E estas pesquisas pró Lulla que sempre são divulgadas em epoca de crise no Planalto já perceberam?????

ma gu disse...

Alô, caros.

A sensação de impotência é muito grande, mas procuro não me sentir culpado, vez que fiz minha parte não votando no duende e seu glorioso partido. O problema são os 'bursáteis' (sinto aqui muita falta do Jayme Guedes, o criador da expressão; espero que ele não se tenha ido...), os recebedores de bolsa, que não conseguem fazer auto-avaliação. São anencéfalos, pensam com o estômago. Somos nós uma minoria, cada vez menor, que pensam com o cérebro, e sofrem na alma, por não poderem mudar nada, por enquanto. Estou me sentindo um personagem de romance de Dostoievsky.

Anônimo disse...

Esse governo que esta aí,só sobrevive pela publicidade que faz, o dinheiro investido na propaganda é maior que o da saúde.
Os descalabros são maquiados pela mídia paga.A sacanagem campeia solta, e no novo escândalo, abre-se a torneira de dinheiro e a propaganda paga, tergiversa e obscurece os fatos.
A oposição que temos, fez o mesmo e na volta ao poder vai continuar fazendo.
Qual destes políticos,que temos poderiam mudar alguma coisa? Nenhum!
O comprometimento deles começou no início da carreira e agora apresentam ficha criminal no lugar de histórico pessoal.
Para nossos políticos o estado existe para seu desfrute pessoal.
Não vejo saída para isso,não gosto do Lula e sua quadrilha, assim como não gosto do FHC , o não menos safado.
O brasileiro não pode esquecer que o FHC comprou a reeleição.
Estamos entregues na mão de facínoras que usam a caneta no lugar da pistola.