17 de mar. de 2008

Três máquinas contra Alckmin

Por Chico Bruno

Que tal uma retrospectiva com dois atores tucanos a partir de 2002: José Serra e Geraldo Alckmin.
Naquele memorável ano, Lula derrota José Serra e se elege presidente da República depois de três tentativas. Em São Paulo, Geraldo Alckmin se reelege governador.
Em 2004, Serra se elege prefeito de São Paulo, tendo como vice Geraldo Kassab (DEM), com o apoio de Alckmin.
Em 2006, Serra deixa a prefeitura, Kassab assume e o tucano se elege governador de São Paulo. Já Alckmin é derrotado por Lula.
Qual o caminho correto a ser seguido pelos tucanos paulistas em 2008?
O bom senso indica que é manter a aliança com o Democratas apoiando a reeleição de Gilberto Kassab projetando para 2010 uma volta ao governo do Estado de Geraldo Alckmin com José Serra disputando à presidência da República.
Isso seria o óbvio ululante rodriguiano, não fosse à presença de um ator tucano mineiro: Aécio Neves, governador reeleito das Alterosas, que almeja como Serra, disputar à presidência em 2010.
É ancorado neste detalhe, que Geraldo Alckmin insiste em disputar a prefeitura de São Paulo, pois a intenção de Aécio torna indefinida a questão eleitoral no terreno tucano em 2010 e o futuro de Alckmin.
É complicada a política, pois o jogo do presente é jogado com o olho no futuro.
Os tucanos há muito tempo demonstram ser um partido sem uma mínima unidade. A divisão interna é uma pedra no caminho do partido, que arrisca ir para a disputa contra Marta Suplicy sem o apoio de sua maior liderança em São Paulo, o governador José Serra.
Pesquisa da Toledo Associados, divulgada pela Band, mostra que Alckmin, Marta e Kassab estão quase que tecnicamente empatados.
O resultado dessa sondagem demonstra que Alckmin e Kassab somam o dobro das intenções de voto em Marta, que entra na disputa oxigenada pela dissolução da aliança PSDB/DEM.
Um rompimento que na realidade não vai ser total, pois no bastidor sabe-se que Serra vai colocar a máquina estadual à disposição de Kassab.
Talvez, por isso, valha à pena Alckmin colocar as barbas de molho, haja vista que vai lutar contra três poderosas máquinas: a municipal, a estadual e a federal.
Dar a volta por cima, depois de uma derrota em 2008, será muito difícil para Alckmin.

2 comentários:

ma gu disse...

Alô, Adriana.

Já ouviu falar naquele ditado: Passarinho que come pedra sabe o c... que tem.

Pois é. O tucano tem bico muito grande. Poderia comer uma pedra maior. Pena que o c... é igual aos dos pássaros de bico pequeno.
Daí...

tunico disse...

Adriana, em política, as coisas mudam sempre. Eu vou esperar mais um pouco. Até final de maio, pois o bom senso ainda pode prevalecer. Mas se Kassab continuar bem na fita e mesmo assim Alckmin insistir na candidatura, só resta pedir ao PSDB que acabe, que suma, que se vá. Parte dele vai para o DEM e parte vai para o PT. Porque é assim que o PSDB está dividido hoje. Em liberais democratas e em social-democratas.