17 de mar. de 2008

Congestionamento e lamento

Por Francisco marcos, cientista político

Há congestionamentos de todas as espécies nessa adorável terra de Pindorama, o mais retumbante é o das principais cidades, com enfoque maior para as metrópoles. A Paulicéia Desvairada é a primeira entre as primeiras, são quilômetros e mais quilômetros de congestionamento diariamente, não só nas decantadas marginais, mas em toda a cidade. Tudo tem a ver com o descaso do poder público e o poderio de uma dos principais partidores, o Rodoviário, que existe de fato e não de direito. O slogan paulistano sempre foi: “São Paulo, a cidade que não pode parar.” Na década de 70, no governo estadual de Laudo Natel foi nomeado prefeito da capital o engenheiro José Carlos de Figueiredo Ferraz. Campineiro de nascimento e analisado como um profissional competente declarou: “São Paulo deve parar.”foi a chave que o inoperante governador teve para demitir o inconveniente prefeito, ocupou sua vaga Colasuonno, economista e membro da família do Empório Michelangelo. Ferraz governou de 71 a 73.
Tivemos em São Paulo pela via biônica como governador o também engenheiro Paulo Maluf. Maluf intentou transferir a capital paulista para o centro geográfico do estado. A mídia, em especial a conservadora e defensora dos interesses empresariais desenvolveu forte campanha contra o desejo malufistico. A emenda à Constituição estadual necessária para a construção da nova capital foi rejeitada na Assembléia Legislativa.
Francisco Prestes Maia, outro engenheiro, amparense de nascimento administrou o município de São Paulo por duas vezes. Como prefeito nomeado de 1938 a 1945, foi eleito com notável votação em 1961, permaneceu até 1965. Reconhecido como um urbanista de categoria e amplo conhecimento do dia a dia de uma metrópole, jamais houve um prefeito tanto nomeado como eleito igual ao Chico Pastel. Quase vinte prefeitos sucederam-no, a maioria desconheceu os muitos projetos legados por Prestes Maia. Cito um pequeno exemplo de sua argúcia: quando de seu segundo mandato construiu a ponte da Avenida Cruzeiro do Sul, deixando um largo espaço entre as duas pontes. Os boquirrotos clamavam isto é um absurdo, tal absurdo se destinou ao projeto do metrô. Preste atenção ao trafegar de metrô, passando pelo rio Tietê nos dois sentidos poderá sentir ao vivo o que é um absurdo.
Hoje a cidade de São Paulo é impraticável, a maioria das indústrias migraram para o interior e estados limítrofes, o abastecimento de água é problemático, poluição para todos os gostos, descaso para com o transporte público de massa, deixo de considerar ônibus, o que vale são: metrô e trens suburbanos. Para engrossar o caos o Partido Rodoviário enfrenta uma verdadeira guerrilha os perueiros, frente ao congestionamento só resta o lamento. Lamento de não existirem muitos e muitos Chico Pastel.

Um comentário:

Anônimo disse...

Xiii, Adriana, sabe quem anda furioso com o congestionamento? OPaulo Henrique Amorim, há,ha,há. Talvez ele ache que Pig seja culpada de tudo...