Simonal, a grande voz a se descobrir
Lauro Lisboa Garcia em O Estado de São Paulo
Além da polêmica que acabou com a vida pessoal e artística de Wilson Simonal - a acusação de ter sido informante da ditadura -, havia uma grande voz, que o Brasil que o linchou moralmente, sem jamais provar a culpa, se esqueceu de apreciar. Para quem ouve seus principais discos, os da fase da Odeon nos anos 1960 até a virada para os 70, é fácil reconhecer as virtudes do cantor, no domínio do ritmo, na malemolência, na beleza do timbre, na suavidade, na fluência e na naturalidade da emissão.
Sem fugir do inevitável tema espinhoso, o que o documentário Simonal - Ninguém Sabe o Duro Que Dei, de Claudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal, tem de mais revelador para as gerações que só ouviram falar de seu sucesso são as imagens históricas de suas apresentações. São provas mais convincentes - de seu poder de mover as massas com enorme carisma - do que o documento oficial do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) que o cantor teve de, humilhantemente, exibir em programas de televisão, perto do fim da vida, para provar sua inocência.
Quanto a isso, para muitos a dúvida permanece, mas o filme - que será exibido hoje e amanhã no CineSesc no festival É Tudo Verdade - faz justiça ao artista Simonal. Contemporâneos próximos dele, como Mièle, Ricardo Cravo Albin, Arthur da Távola, Pelé, Nelson Motta, e outros, além dos filhos Simoninha e Max de Castro, lembram detalhes importantes com visão simpática, mas também crítica do cantor e da época.
O Pasquim era um jornal de periodicidade semanal, porta-voz da "inteligência bêbada" do Brasil, liderado por Jaguar, assassinou Simonal
Lauro Lisboa Garcia em O Estado de São Paulo
Além da polêmica que acabou com a vida pessoal e artística de Wilson Simonal - a acusação de ter sido informante da ditadura -, havia uma grande voz, que o Brasil que o linchou moralmente, sem jamais provar a culpa, se esqueceu de apreciar. Para quem ouve seus principais discos, os da fase da Odeon nos anos 1960 até a virada para os 70, é fácil reconhecer as virtudes do cantor, no domínio do ritmo, na malemolência, na beleza do timbre, na suavidade, na fluência e na naturalidade da emissão.
Sem fugir do inevitável tema espinhoso, o que o documentário Simonal - Ninguém Sabe o Duro Que Dei, de Claudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal, tem de mais revelador para as gerações que só ouviram falar de seu sucesso são as imagens históricas de suas apresentações. São provas mais convincentes - de seu poder de mover as massas com enorme carisma - do que o documento oficial do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) que o cantor teve de, humilhantemente, exibir em programas de televisão, perto do fim da vida, para provar sua inocência.
Quanto a isso, para muitos a dúvida permanece, mas o filme - que será exibido hoje e amanhã no CineSesc no festival É Tudo Verdade - faz justiça ao artista Simonal. Contemporâneos próximos dele, como Mièle, Ricardo Cravo Albin, Arthur da Távola, Pelé, Nelson Motta, e outros, além dos filhos Simoninha e Max de Castro, lembram detalhes importantes com visão simpática, mas também crítica do cantor e da época.
O Pasquim era um jornal de periodicidade semanal, porta-voz da "inteligência bêbada" do Brasil, liderado por Jaguar, assassinou Simonal
12 comentários:
Dói muito mais vermos hoje no jornal, exatamente hoje, que Jaguar e Ziraldo receberão mais de 1 milhão de rais cada, por terem sido perseguidos políticos.
Li certa vez que quem mais perseguiu e judiou bastane de Wilson Simonal foi Leon Eliachar, que fazia também parte de O Pasquim, era do mesmo grupo de humoristas "intelectuais". Perguntado sobre o assunto, foi grosso, e disse que não se arrependia e faria tudo de novo.
Leon Eliachar está também na fila para receber uma indenização. Com certeza será milionária como as de Jaguar e Ziraldo.
Eles passarão, Simonal, aos poucos será resgatado do esquecimento, pois até hoje, ouvindo seus discos, percebemos que nenhum outro artista conseguiu igualá-lo na bossa, no charme, no carisma. A voz, bem... a voz era simplesmente maravilhosa.
Simonal era negro. Não sou a favor de cotas, ou qualquer coisa semelhante, pois para mim não existe raça. Mas onde está o movimento negro? Será que o objetivo é somente benesses? A honra de um homem negro, injustamente condenado sem quaisquer provas também não teria também que ser resgatada pelo movimento? Assim como aqueles que só querem agora indenizações, grana, talvez essa gente só queira também benefícios. Meu pai dizia-me sempre que a honra e as humilhações sofridas por uma pessoa não tem preço e deve ser recompensada por pedidos de desculpas públicas, quaisquer pagamentos ou benefícios recebidos como recompensa seriam tão importantes quanto uma retratação pública.
Estou pagando Jaguar e Ziraldo por culpa que não me cabe. Eu era um garoto de 14 anos na época. É justo? EStou tirando de meu neto para dar aos dois ou ao neto ou netos dos dois. É justo?
E as provas do crime de Simonal? Não existem. Como fica?
Banânia jamais será um país justo. Sempre encontrará uma maneira de praticar injustiças. É um país treinado para isso. É e será o eterno país dos espertos.
Esse artigo de Lauro Lisboa lança uma ponta de esperança quanto ao esclarecimento necessário do passado recente desse país.
Nem tudo aconteceu como é contado.
Os movimentos de esquerda não agiram com lisura como se afirma.
Perseguiram antes e perseguem ainda hoje. Praticaram patrulhamento ideológico e ainda paraticam. Alguém se lembra da agressão física sofrida por Marília Pêra pelo pessoal de um certo partido hoje no poder?
Quando querem, conseguem destruir honras. O que fazia o senhor Luiz Francisco, aquele promotor, senão destruir honras impiedosamente?
EXCELENTE artigo e EXCELENTE COMENTÁRIO. Quem sabe uma ação na justiça contra Jaguar, Ziraldo e quem mais for responsável pudesse de certa forma, melhorar alguma coisa... não sei... Parabéns!!!
Alô, pessoal.
Acompanho Chacon nos elogios. Pena que exarados por anônimos. Mas mostram muito bem, pelo estilo e conteúdo, que não são petralhas...
Está sendo rodado um filme sobre Wilson Simonal, que pretende resgatar a história desse cantor que foi malhado por Jaguar, a ponto de terminar sua carreira. Simonal era acusado, então, de seer informante da ditadura. Meu Deus! Há um ditado que diz: quem viver, verá. Foi preciso viver até aqui, para começar a ficar com nojo desses dois cartunistas. Eu também quero ser indenizada por danos morais causados pela decepção. Quero me divorciar desse passado de resistência das esquerdas contra a ditadura por engano de pessoa, engano de ideologia.
Conheci o Simonal de "Oi" "Tudo Bem ?". Econtrei com ele várias vezes no Terminal Tietê, com seu terno preto risco de giz pegando onibus para o Rio.
Sempre admirei o artista Simonal.
O que fizeram com ele (pessoa)realmente não pode ser abreviado com um simples "é lamentável."
A propósito das indenizações sou completamente contra. Patriota briga pela Pátria e não cobra pelos serviços, não cobra pedágio.
Correm o risco pela opção. Esse pessoal que estão se locupletando
pelas benesses da anistia, não são perseguidos da ditadura, ao contrário eles perseguiam a ditadura e agora estão cobrando pela sua opção. São verdadeiros mercenários da politica visando apenas interesses próprios.
Paulo Francis, Tarso de Castro, Jaguar, Ziraldo, Millôr Fernandes, Henfil, Ivan Lessa, Ferreira Gullar, Sergio Cabral, Flávio Rangel, Fortuna, Luiz Carlos Maciel, Fausto Wolff, e outros que não lembro mais, escreviam lá no pasca.
Eu li “O Pasquim” desde a fundação até ao final, eu lia e gostava talvez por isso eu goste de humor inteligente ainda.
Até onde consegui perceber o jornal semanal era contra a censura e a ditadura patrocinada pelos americanos, e fazia isso com humor, grandes nomes colaboraram com o Pasquim sem que por isso fossem comunistas ou petistas, pelo contrário, as bancas que vendiam o jornal eram alvos de atentados (foi isso que acabou com ele) da ditadura.
Dessa turma citada eu acho que a única coisa que eles matavam era litros de Cavalo Branco e o Wilson Simonal nunca tomou porrada nem choque elétrico deles.Eu tenho certeza que qualquer um deles não gostavam de ditadura de Direta ou de Esquerda, assim como eu não gosto de nenhuma.
"Desconfiado de que seu contador, Rafael Viviani, o estava desfalcando, o cantor mandou dois brucutus darem uma surra nele. Viviani deu queixa na polícia e Simonal foi convocado a depor. Na delegacia, deu-se conta de que o escudo da popularidade não era suficiente para isentá-lo da barra-pesada. A história era mais séria do que pensava. Por medo, segundo se diz no documentário, Simonal manifestou seu apoio à ditadura.
Ouvido pela primeira vez no filme, Viviani nega que tenha cometido o desfalque. E relata que foi por medo da tortura e de ameaças contra a vida de sua família que confessou sua culpa no episódio. Sem investigar a história a fundo, a grande imprensa condenou Simonal. E a pequena também. O lendário tablóide O Pasquim, como artifício para driblar a censura, jogava numa lata de lixo o nome de pessoas ''suspeitas'', como forma velada de criticar o regime militar. Simonal virou freguês deles."
O Marreta bebeu da mesma fonte,vamos ver mais um pouco.
Simonal ficou famoso com a pilantragem (estilo debochado de cantar que criou com Carlos Imperial) e canções como Sá Marina (Antônio Adolfo/Tibério Gaspar) e País Tropical (Jorge Ben), cujo teor ufanista só piorou sua situação, mas foi além. ''A pilantragem é uma grande bobagem, Simonal era muito maior do que isso'', diz o escritor e pesquisador Sérgio Cabral.
Sergio Cabral, pai do ordinario que manda no rio de janeiro;Sergio Cabral pai, era do Pasquim!
Quando ele a canta no filme é tocante. ''Um crioulo de nariz empinado'', como diz Toni Tornado, rico e montado num sucesso equivalente (ou maior) ao de Roberto Carlos, não podia circular livremente com suas três Mercedes. Que, ele, aliás, conseguiu trabalhando pra valer, como diz na letra da canção que dá título ao filme.
Três mercedes pegando ônibus?
É... humor inteligente, tão inteligente que hoje riem de nossa cara com mais de 1 milhão de indenização e mais de 4 mil por mês. Isso é que é veia humorística.
É muito nojento.
E quando morre um caranguejo o mangue inteiro fica de luto?
Também considero um absurdo o Lula receber isso, Ziraldo e Jaguar também, não esta certo,mas a merda esta feita e nossa falta de humor sem inteligência não esta conseguindo mudar nada,Lula cada dia aumenta sua riqueza , popularidade e aceitação.
Quem precisa ser exorcizado do Brasil não é o Pasquim que não existe mais,é o PT que instalou a velhacaria.
FHC criou a lei e Lula mama na teta. Dois canalhas maiores que Ziraldo e Jaguar.
Giullio e amigos, A morte de Simonal foi uma tragédia. Toda vida é um tesouro - o bem maior do Mundo é a vida. Parece que terrível foi a queda gradativa do rapaz, atingindo o seu pai de criação - não lembro com exatidão. Acho que foi Wilson Simonal. Penso que o seu mentor era Erlon Chaves, um maestro. Não suportou a vida desregrada levada pelo rapaz, alvo de perseguição (não lembro, o tempo passa rápido), morrendo subitamente. Participava do Programa do Flávio Cavalcanti. Os heróis desmoronaram muitos homens de bem. Aditar um só: Ibsen. O próprio Collor foi vítima excessiva - punido após a renúncia. Não tinha mandato, não tinha perda de direitos políticos; sem o freio militar, avançaram sobre direitos e vidas humanas. E avançam? A História um dia registrará os fatos e os seus personagens serão revelados em suas naturezas e atos. Sugiro que confiram (a relação entre Erlon Chaves e Simonal - não tenho precisão).
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