13 de abr. de 2008

Delfim Neto, o Darwinista

Por Laurence Bittencourt Leite

Li, confesso, com certo prazer, a entrevista que o ex-Ministro Delfim Neto (foto) deu a jornalista Joyce Pascowitch, na Revista Poder.
Li todos os trechos publicados na itnernet. Delfim habilmente elogiou Lula, elogiou Dilma Roussef (a mãe do PAC, segundo Lula), elogiou Serra e elogiou Aécio Neves. Muito “competente esse Delfim Neto. Chamou Lula de “darwinista”, disse que Lula “salvou o capitalismo”, e acrescentou algumas outras pérolas. Mas, pela entrevista se há um “darwinista” presente é o Delfim Neto.
Mas dá para extrair da entrevista algumas conclusões. Delfim Neto, ao falar do mega investidor, Warren Buffett, que ficou bilionário com a valorização do Real (e Lula com isso? Nisso Delfim não disse nada), Delfim nesse momento sem fazer demagogia ou darwinismo, disse que a valorização ocorre para que o governo consiga o pagamento da dívida pública. Percebam: a resposta de Delfim na integra para a pergunta feita: “Qual a razão de pagar essa taxa de juros?”, foi: “Ah, se não pagar esses juros os bancos brasileiros não financiam (a dívida pública). Vão aplicar onde? Vão ter de aplicar no setor privado a taxas ainda mais baixas”. Na mosca. A conclusão, portanto é: o governo mantem juros altíssimos ao setor privado para financiar a divida pública (leia-se entre outras coisas, máquina pública).
Delfim Neto caiu de pau em Fernando Henrique Cardoso e disse (acertadamente a meu ver, nesse particular) que FHC cometeu um erro imenso de buscar a reeleição. No Brasil, nada é previsível e definido a longo prazo. Toda regra muda ao sabor da política e do interesse momentâneo. Nesse particular também já se fala agora (para variar) em terceiro mandato para Lula, como também em alterar de 4 para 5 anos o mandato do presidente sem direito a reeleição. Que coisa esse país!
Mas no “pau” em FHC, Delfim esqueceu de dizer que o Bolsa família foi obra do PSDB. O PT, apenas, habilmente tomou para si, e agora todo mundo acha que o programa é do PT. Acho que o PSDB devia elogia Lula por levar a frente o programa do PSDB.
Mas Delfim é um Pelé. Se Lula cair, eu não tenho dúvida, ele mete o pau em Lula como está fazendo com FHC. Eita Brasil! Isso muda? Não. Como disse (esse não era um darwinista) James Joyce, “quando não se pode mudar a realidade, é melhor mudar de assunto”. Taí um grande conselho.

4 comentários:

Anônimo disse...

Creio que o ex-czar seja o maior arquivo ambulante da historia recente do Poder nas últimas décadas.

Um dos grandes responsáveis pela nossa atual dívida, coloca-a nas costas dos outros (FHC, por exemplo), defende o "capitalista" Lula (que foi e continua sendo um dos mais retrógrados presidentes, num dos países mais fechados do planeta) e grande defensor dos bancos (justificar os juros altos como faz e êle próprio fez quando czar).

Quem sabe um dia, o czar queira contar realmente um pouco da sua História (com H maiúsculo mesmo)

Ammqard

ma gu disse...

Alô, Giulio.

O professor do sapo em 'metamorfoses ambulantes' foi ele.
Não contou a 'história real' de quando resolveu comprar os trens na França, na época em que era embaixador lá, entre 75 e 77, prejudicando em muito as empresas brasileiras, Mafersa e Cobrasma (esta acabou falindo) por falta de encomendas. Não posso afirmar, dado o largo espaço de tempo mas, parece-me que a GE estava instalando uma fábrica de locomotivas no Brasil e, por esse episódio, retirou-se do país. Interessante é que não encontrei nada desses eventos na Internet. Parece que passaram uma vassoura no assunto...

Comentando a Notícia disse...

Mas há um aspecto a salientar: a dívida pública cresce e é o que é por conta da farsa montada para se dizer que "quitamos" a dívida externa.

Os "gênios" simplesmente pagaram uma dívida barata, de 4 a 6% ao ano, com outra, muito mais cara, tendo época que rodou a casa de 20%ao ano. Como o investidor estrangeiro até há pouco entrava e saía sem ser incomodado e nem pagar imposto (só agora é que está pagando IOF), ele também investe em títulos públicos do governo federal. Por isso, apesar de recolhermos em torno de 100 bilhões de superávit primário, a dívida só cresce porque precisamos lançar mão de outros 60 bilhões para pagamento do serviço da dívida.

A outra ponta da história é que o governo ainda precisa tomar mais dinheiro no mercado porque gasta demais.

Não é por iutra razão que o Perú cuja economia é 10% da brasileira, obteve antes do que nós o grau de investimento.

Se os "gênios" do governo Lula acham isto motivo de comemoração é porque o povo não se deu conta da armadilha que se está montando para as próximas gerações.

Pobre Brasil.

Anônimo disse...

O tal projeto do Golbery previa isso mesmo: u pudê... só que agora o personalismo de Lula vai querer mais pudê... a Oposição que também quiser ser comprada também vai ter pudê... Delfim pode ser perfeitamente Ministro da Fazenda, hoje em dia. É um mentor também do novo pudê. E neste, o Governo nunca pára de gastar. É só aumentar impostos, promover fusões de empresas que se locupletem de lucros e abrir o nosso mercado financeiro para o capital motel. Além de vender os minérios de Roraima, claro. Estes nem entram como commodities no país, pois já têm sócios no pudê.