14 de abr. de 2008

A “demagogia” do rabo preso

Por Chico Bruno

O editorial “Demagogia no Senado”, do jornal Folha de São Paulo, da sexta-feira, 11, merece uma análise fria.
Ele começa alegando que “na mais improvável das alianças, senadores do governo e da oposição aprovaram anteontem três propostas que elevam em vários bilhões de reais os gastos públicos com saúde e Previdência. A situação só não inspira maiores temores porque os projetos aprovados ainda precisam passar pela Câmara, onde -espera-se- o governo conseguirá evitar a ruína fiscal”.
Nas primeiras linhas, o jornal repete a cantilena da tragédia que seria a extinção da CPMF. Como o tempo é o senhor da razão, ele já está provando quem tinha razão.
O jornal encerra o primeiro parágrafo afirmando que “o caso, de toda maneira, ressalta a mesquinhez e a miopia política com que atuam parlamentares de todas as variantes do espectro partidário.” Uma afirmação injusta, pois os ditos parlamentares apenas defenderam a saúde pública e os aposentados.
Adiante, o editorial classifica como demagógica e surrealista a aliança da oposição com setores da base aliada, alguns autores das propostas.
O jornal, em seu editorial, omite, no caso da emenda 29, a existência de uma Frente Parlamentar, que reúne deputados e senadores de todos os matizes políticas. É uma frente suprapartidária.
O jornal, também, omite que o governo federal vem batendo sucessivos recordes de arrecadação, que não estão sendo aplicados em benefício dos contribuintes, mas gastos a matroca.
Ora, a regulamentação da emenda 29 adiciona R$ 5,5 bilhões em 2008 para a saúde pública, que atingirá R$ 17,5 bilhões somente em 2011. O que tem isso de escandaloso?
O mesmo raciocínio de excesso de arrecadação vale para os benefícios aprovados pelo Senado. Aqui vale lembrar, que basta o Tesouro não usar a receita do INSS e assumir seus gastos para que a Previdência saia do vermelho.
Finaliza o editorial da Folha afirmando “que oposição e situação se merecem”, quando na verdade deveria saudar o entendimento em benefício da saúde pública e dos aposentados.

Um comentário:

Anônimo disse...

Por essas e outras que a impressão que passa é que o jornalismo está sem rumo.

Devia ser mais fácil na ditadura e com o FHC (todos contra).

Parece-me que agora com o PT no poder ou a oposição não alimenta matéria ou é Lula pra lá, Lula pra cá...

Ammqard