23 de abr. de 2008

Deplrável sucessão de escândalos

Por Jarbas Passarinho, no Jornal do Brasil

Os escândalos neste governo têm sido tão irritantemente sucessivos que chega a ser surpresa não encontrar, na mídia, o relato do escândalo do dia.
Desde a vergonhosa troca pelos deputados venais, dos votos pelo dinheiro a favor do governo, apelidada de mensalão, não param novas revelações constrangedoras e revoltantes. Chamamos a esse mar de corrupção de inerentes à democracia.
O primoroso Giovanni Sartori, em sua Democratic Theory, a respeito da confusão das definições de democracia, uma boutade de Eliot, em que ele, perplexo, diz que quando um termo se tornou universalmente santificado, como o é a democracia, pergunta-se se significa algo concreto, em face da multiplicação de significados atribuídos à democracia. Aduz Sartori: "Discussões acerca de democracia, argumentos pró e contra, são intelectualmente inócuos, porque não sabemos acerca do que estamos falando". Logo, a nossa democracia está incluída nessa confusão generalizada digna da Torre de Babel.
(*) Ilustração: A Torre de Babel, por Pieter Brueghel

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