por Christiane Samarco
Senador Sérgio Guerra, presidente do PSDB, revela disposição do governador mineiro de enfrentar Serra
Mudou a predisposição política do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB). De um “grande eleitor” na escolha do futuro candidato tucano à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele evoluiu para a decisão de disputar com o governador de São Paulo, José Serra, a vaga de candidato do PSDB ao Palácio do Planalto em 2010. Quem prevê disputa em ninho tucano na corrida sucessória é o próprio presidente nacional do partido, o senador Sérgio Guerra (PE): “Tive uma conversa franca com Aécio e saí do encontro sem nenhuma dúvida de que o que está na cabeça dele é ser candidato a presidente”.
Aos tucanos que sonhavam com uma chapa “puro-sangue” encabeçada por Serra, com o mineiro como vice, Aécio mandou um recado curto e claro, frisando que a chance de ser vice de Serra “é zero”.
Até o mês passado, a cúpula do PSDB não via em Aécio uma alternativa concreta para suceder Lula. A avaliação era de que o governador se articulava apenas para ganhar espaço de poder no partido e forçar que a candidatura Serra passasse por Minas e por ele, em particular. Hoje, no entanto, até os serristas mais empenhados em defender a primazia de Serra no PSDB concordam com Guerra e apostam que Aécio quer mesmo ser o candidato do partido ao Planalto.
Enquanto boa parte do tucanato não levava muito a sério a movimentação política de Aécio, o PMDB, que sonha em filiar o governador mineiro e transformá-lo em candidato do partido à sucessão de Lula, não escondia o entusiasmo crescente com a candidatura.
Companheiro de Aécio na Câmara por 16 anos, o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), admite que o governador lutará para ser o candidato do PSDB com a força político-eleitoral de Minas. Mas não vê nisso motivo algum para desistir do projeto Aécio no PMDB.
A aposta do líder peemedebista é de que, no PSDB, “a maioria avalia que a vez é de Serra, até porque ele está mais bem posicionado nas pesquisas em decorrência do recall da disputa contra Lula em 2002”. Assim como Guerra, ele diz que Aécio é “candidatíssimo” e opera na tentativa de mostrar ao PSDB que, mesmo com a metade do nível de conhecimento de Serra Brasil afora, é ele quem hoje agrega mais apoios.
“Achamos, otimisticamente, que o Serra não abrirá mão da candidatura para Aécio”, revela o líder peemedebista. “Como é a hora dos dois e só há vaga para um no PSDB, trabalhamos para que Aécio volte ao PMDB e seja o candidato da base governista, com apoio do presidente. Lula tem nos estimulado a prosseguir neste trabalho”, completa.
ENGANO
Guerra, no entanto, não vê nenhuma possibilidade de um governador com bico e pena de tucano ser candidato do presidente . “O Lula está enganando todos nós. Ele vai de Dilma e vai para ganhar, não para perder”, opina o senador, convencido de que o presidente não tem plano B fora do PT. “O projeto de Lula é eleger um sucessor petista. O resto não passa de conversa de um político extremamente hábil.”
Setores do PT, no entanto, não descartam essa possibilidade. É fato que, logo de início, petistas empenhados em fazer o sucessor de Lula tornaram público o incômodo com os movimentos do governador mineiro. Houve protestos contra a proximidade entre Aécio e Lula, que tiveram inúmeros encontros, e contra o acordo eleitoral entre o PSDB mineiro e o PT do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel.
O vice-líder do governo no Congresso, deputado Walter Pinheiro (PT-BA), é um dos que admitem publicamente que o PT não tem um nome forte para enfrentar a disputa. Neste cenário, raciocina, uma candidatura Aécio traria vantagens ao governo, porque racharia o PSDB.
Pinheiro admite que Lula possa vir a apoiar um candidato da base aliada, fora do PT. “Com Aécio no PMDB, é só a gente grudar uma estrela no bico de tucano dele e pronto”, brincou o deputado, ao defender a tese de que Lula pode sair vitorioso elegendo um petista ou um aliado.
Apesar dessa avaliação, Pinheiro também aposta que o PT terá candidato. Além da ministra Dilma, já lançada por Lula como a “mãe do PAC”, setores do partido trabalham com a alternativa da ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT).
Essa possibilidade entra em conta caso ela imponha uma forte derrota ao PSDB paulista e vença a briga pela prefeitura da capital nas eleições de outubro. Para os petistas que crêem que a prioridade de Lula é derrotar Serra em 2010, a grande vantagem de uma candidatura Marta seria a de dividir o eleitorado paulista.
Até o mês passado, a cúpula do PSDB não via em Aécio uma alternativa concreta para suceder Lula. A avaliação era de que o governador se articulava apenas para ganhar espaço de poder no partido e forçar que a candidatura Serra passasse por Minas e por ele, em particular. Hoje, no entanto, até os serristas mais empenhados em defender a primazia de Serra no PSDB concordam com Guerra e apostam que Aécio quer mesmo ser o candidato do partido ao Planalto.
Enquanto boa parte do tucanato não levava muito a sério a movimentação política de Aécio, o PMDB, que sonha em filiar o governador mineiro e transformá-lo em candidato do partido à sucessão de Lula, não escondia o entusiasmo crescente com a candidatura.
Companheiro de Aécio na Câmara por 16 anos, o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), admite que o governador lutará para ser o candidato do PSDB com a força político-eleitoral de Minas. Mas não vê nisso motivo algum para desistir do projeto Aécio no PMDB.
A aposta do líder peemedebista é de que, no PSDB, “a maioria avalia que a vez é de Serra, até porque ele está mais bem posicionado nas pesquisas em decorrência do recall da disputa contra Lula em 2002”. Assim como Guerra, ele diz que Aécio é “candidatíssimo” e opera na tentativa de mostrar ao PSDB que, mesmo com a metade do nível de conhecimento de Serra Brasil afora, é ele quem hoje agrega mais apoios.
“Achamos, otimisticamente, que o Serra não abrirá mão da candidatura para Aécio”, revela o líder peemedebista. “Como é a hora dos dois e só há vaga para um no PSDB, trabalhamos para que Aécio volte ao PMDB e seja o candidato da base governista, com apoio do presidente. Lula tem nos estimulado a prosseguir neste trabalho”, completa.
ENGANO
Guerra, no entanto, não vê nenhuma possibilidade de um governador com bico e pena de tucano ser candidato do presidente . “O Lula está enganando todos nós. Ele vai de Dilma e vai para ganhar, não para perder”, opina o senador, convencido de que o presidente não tem plano B fora do PT. “O projeto de Lula é eleger um sucessor petista. O resto não passa de conversa de um político extremamente hábil.”
Setores do PT, no entanto, não descartam essa possibilidade. É fato que, logo de início, petistas empenhados em fazer o sucessor de Lula tornaram público o incômodo com os movimentos do governador mineiro. Houve protestos contra a proximidade entre Aécio e Lula, que tiveram inúmeros encontros, e contra o acordo eleitoral entre o PSDB mineiro e o PT do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel.
O vice-líder do governo no Congresso, deputado Walter Pinheiro (PT-BA), é um dos que admitem publicamente que o PT não tem um nome forte para enfrentar a disputa. Neste cenário, raciocina, uma candidatura Aécio traria vantagens ao governo, porque racharia o PSDB.
Pinheiro admite que Lula possa vir a apoiar um candidato da base aliada, fora do PT. “Com Aécio no PMDB, é só a gente grudar uma estrela no bico de tucano dele e pronto”, brincou o deputado, ao defender a tese de que Lula pode sair vitorioso elegendo um petista ou um aliado.
Apesar dessa avaliação, Pinheiro também aposta que o PT terá candidato. Além da ministra Dilma, já lançada por Lula como a “mãe do PAC”, setores do partido trabalham com a alternativa da ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT).
Essa possibilidade entra em conta caso ela imponha uma forte derrota ao PSDB paulista e vença a briga pela prefeitura da capital nas eleições de outubro. Para os petistas que crêem que a prioridade de Lula é derrotar Serra em 2010, a grande vantagem de uma candidatura Marta seria a de dividir o eleitorado paulista.
2 comentários:
Esse troca troca de partido está virando swing.
Enquanto eles ficam se experimentando, o esquerdista escocês vai fazendo mais hora de vôo que o urubu mais velho do Brasil.
É assim que se faz oposição no PSDB.
Lembram daquele ditado que diz "Dois bicudos não se beijam?
Na eleição passada foi a do chuchu, esta será do caxixe, ou quem sabe uma coligação com caxixeiro.
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