3 de abr. de 2008

Mais devagar, senhor Lula

Por Plínio Zabeu

Os assessores do presidente precisam ser mais eficientes. Ao menos se ele se limitasse a ler o que escrevem, teríamos uma melhor sensação de estarmos sendo bem governados.
Ocorrem então os improvisos. E, nestas ocasiões, o verbo corre solto. Sem nenhum cuidado ao emitir opiniões. Já que está escorado em um enorme apoio dos seus eleitores, deveria respeitar os demais. Afinal, todos pagamos os impostos mais caros do mundo e temos pelo menos o direito a alguma consideração.
Num dos seus constantes e intermináveis discursos (em palanques sempre assistido por uma claque convenientemente preparada) saiu-se com algumas bobagens, totalmente impróprias à maior autoridade do país.
Aproveitando a ocasião e a presença daquele que não respeitou o cargo – para os que já se esqueceram, trata-se de Severino Cavalcanti, que alugava uma área da Câmara para um restaurante e embolsava o dinheiro – saiu-se com esta: “Severino foi injustiçado pela Zelite (zelite é o termo usado para infundir o ódio dos mais pobres e humildes contra os demais) que o elegeu e o cassou”. Severino sorriu e fez um gesto de agradecimento. Uma revolta muito grande aconteceu em todos os brasileiros decentes que assistiam ao deprimente espetáculo pela TV. Ao se referir a Renan Calheiros, foi todo amável chamando-o de amigo.
Também teve a coragem de cumprimentar publicamente o Hugo Chávez enaltecendo todas as suas qualidades e afinal classificando-o como “O Pacificador”. Deixou sua tribuna e caminhou ao encontro do tirano dando-lhe um aperto de mão.
E todos os que sabem exatamente qual o papel e as intenções do mencionado ditador, seu relacionamento com os criminosos narcotraficantes das Farc, mais uma vez se sentiram injuriados.
E assim ele vai não medindo palavras nem atos. Em uma página da revista Veja o autor lembra que, entre os romanos, ao vencedor de batalha regressando em uma biga, intensamente ovacionado pelo povo, um escravo repetia constantemente aos seus ouvidos: “Você é apenas um homem!”. Assim os sábios orientavam os vitoriosos. Pra Lula ninguém avisa nada e ele continua se julgando todo poderoso, dono do mundo...
Uma sua promessa escrita em junho de 1998 na campanha eleitoral: “Assumo o compromisso de acabar com o uso indiscriminado das Medidas Provisórias. Limitar-me-ei ao que prescreve a Constituição usando-as apenas em situação de excepcionalidade e emergência”. Como apenas assinou o compromisso, se perguntado, a resposta será a de sempre: “Eu não sabia...

Um comentário:

Anônimo disse...

Falta de compromisso total! Falta de ética! Se formos analisar de uma maneira mais formal, quebra de protocolo. Eles são ridículos. Mas, ricos com o dinheiro do país... Quousque tandem...? O tempora! O mores!