Por Dora Kramer
Desde março, o PT vinha ponderando à ministra Marta Suplicy sobre a necessidade de apressar a admissão oficial de sua candidatura, a fim de atropelar as negociações dos adversários com potenciais partidos aliados.
Teimosa, Marta preferiu esticar a corda. Queria porque queria uma manifestação pública de apoio do presidente Lula.
Recebeu o recado de que a esse preço Lula não compraria a candidatura, bem como não daria garantias de retorno ao ministério em caso de derrota.
O presidente pôs seu marqueteiro João Santana à disposição e considerou o gesto suficiente para a candidata vender aos analistas e ao eleitor a tese da identificação entre as duas formas petistas de governar.
E, assim, o Planalto achou que tinha feito a sua parte, o partido sossegou confiante na popularidade de Lula e nas dificuldades do PSDB, e Marta talvez tenha acreditado que o registro recente de seu crescimento nas pesquisas alimentaria ambições e manteria os postulantes a parceiros no aguardo de sua decisão.
Diante do acordo Serra-Quércia, o PT improvisou em Brasília um ato de apoio a Marta. Não foi como ela queria, com Lula à frente, mas teve peso suficiente para permitir à ministra sair do encontro muito propensa a aceitar a candidatura.
Um comentário:
Sabe como é, as quadrilhas têm suas facções, nem sempre todos concordam entre si. Tenho impressão de que Lula detesta a Marta. É só impressão. Ele quer que ela se candidate para se ver livre dela. A conferir.
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