MST, as Farc tupiniquim

O MST se prepara para invadir Carajás
Radar Online na Veja

Aguarda-se para as próximas horas uma nova invasão da Estrada de Ferro Carajás, da Vale, no Pará.
Cerca de 400 integrantes do MST já estão a 70 metros da ferrovia. Desde ontem, o MST está se preparando para cumprir a ameaça de invasão feita nas últimas semanas. Vários ônibus e dez caminhões - transportando os manifestantes, pneus, palha e pedras - chegaram ontem ao município de Parauapebas, no Pará.
A Vale é o novo demônio do MST 15:59
A invasão faz parte do "Abril Vermelho", período em que os sem-terra promovem ações para lembrar a morte de 19 integrantes do MST no Pará, doze anos atrás. Mas a invasão de Carajás é, no fundo, recorrente. Desde outubro, o MST já paralisou por duas vezes a ferrovia. Mais do que isso, está em linha com a atitude de confronto do MST, que nos últimos tempos elegeu a Vale como o grande demônio a ser provocado. No dia 19 de março, a mineradora conseguiu uma liminar na Justiça do Rio de Janeiro que proibia tanto o MST quanto João Pedro Stédile não só de praticar atos violentos contra instalações da Vale como provocar "atos que importem na interrupção" da ferrovia.
Na ocasião, Stédile assumiu uma posição de confronto, típica de quem, como ele, julga-se acima da lei. Disse que não respeitaria a decisão judicial. Agora, está perto de cumprir a sua ameaça.
55 milhões de toneladas.
A estrada de Ferro Carajás é responsável pelo transporte de 40% da produção de minério da Vale no Brasil. Ou seja, cerca de 55 milhões de toneladas por ano de minério passam pela ferrovia, que também conduz 2 000 passageiros por dia.