16 de abr. de 2008

Oposição traçou o norte, difícil é torná-lo realidade

Por Chico Bruno

Nesta segunda-feira, 14, os líderes do PSDB e DEM, se reuniram em São Paulo para tentar encontrar o melhor caminho para enfrentar Lula.
Os líderes se debruçaram sobre as questões locais. Analisaram estado por estado para ver onde podiam se unir e onde não existe a mínima condição de isso acontecer, como na Bahia.
Foi à fase mais desgastante e penosa da reunião. Rolou até reclamação do presidente do DEM, Rodrigo Maia, pela participação do governador José Serra num evento em Salvador no domingo, 13.
O saldo desta fase foi o acerto de regras de convivência civilizada no 1º turno, o que facilitaria a parceria num hipotético 2º turno. Interessante que sobre a queda de braço da sucessão paulistana pouco foi conversado.
Em artigo anterior afirmei que “a oposição poderia pular a fase de diagnóstico da popularidade de Lula, pois, qualquer estúpido sabe que são a estabilidade na economia e os programas sociais”. E continuei dizendo:
“O que a oposição tem que incutir na cabeça do eleitorado, é que além dos dois pilares que sustentam a popularidade de Lula, o governo não conseguiu construir mais nada. É preciso mostrar aos eleitores que o PAC nada mais do que uma colcha de retalhos de projetos de Sarney até Fernando Henrique. É preciso mostrar que nada tem a assinatura Lula, como tiveram os programas e projetos de Getúlio e Juscelino. Qual o legado que Lula deixará? O do milagre econômico de Delfim?”
Pois não é que decidiram adotar a estratégia que propus. A oposição se propõe a visitar obras do PAC que não saíram do papel, apesar de todo o oba-oba de Lula.
Decidiram que a obstrução das votações no Congresso Nacional será menos radical.
Os líderes de oposição decidiram adotar, depois do acerto da aprovação da Emenda 29 e dos projetos dos aposentados, no Senado, de autoria de aliados de Lula, que vão forçar que sejam colocados em pauta projetos de interesse popular apresentados por aliados de Lula, para os quais o Planalto torça o nariz.
Sobre as CPIs, decidiram que irão insistir, o que a meu ver é um erro, pois elas estão desgastadas, não despertam mais atenção de ninguém.
Agora, o mais interessante é que a oposição concorda com o Planalto num ponto. Nada de casuísmo eleitoral para 2010.
Por isso, vão cerrar fileiras contra o discurso de alguns petistas de um 3º mandato para Lula.
De tudo o que foi decidido, as novidades são: a promoção de atos públicos nas grandes cidades e a visitação as obras do PAC, que não saíram do papel.
Visitar as obras é mole, duro é conseguir povo para os grandes atos públicos contra o governo.

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