4 de abr. de 2008

Por falar em ética...

Por Adriana Vandoni

Multifuncional
Quando era delegado federal, Diógenes Curado (foto ao lado) foi o responsável por diversas operações que envolveram quebra de sigilo telefônico. Em pelo menos uma das operações, da gangue do dossiê, estiveram envolvidos diversos políticos de Mato Grosso, passíveis de terem sido grampeados pela PF. Como fica agora o entendimento entre um desses políticos e o agora secretário de Justiça e Segurança de MT? Não poderia ele usar a força do que por ventura saiba sobre acordos políticos, para angariar apoio às suas propostas, ou barrar críticas? E se teve também acesso a conversas que comprometem a vida privada de políticos? Consta que dois 'político-apresentadores' que costumavam bater na segurança pública já mudaram o rumo da prosa.
Não sei, mas me parece uma relação entre o algoz e o refém?
Ou teremos em breve uma legião de políticos sofrendo de Síndrome de Estocolmo.

O ouvidor
É sempre bom recordar que durante as investigações da gangue do dossiê foram tantos grampos, autorizados pela justiça, claro, que a escuta não atingiu apenas políticos. A PF escutou muito mais que os 29 telefonemas entre o deputado Carlos Abicalil (PT) e os aloprados. Grampeou também o telefone celular usado por uma repórter do Jornal Folha de SP, fato que caracteriza monitoramento abusivo da atividade jornalística e violação do sigilo da fonte, previstos na Constituição e na Lei de Imprensa. O delegado que assinou o ofício solicitando a quebra do sigilo do celular da repórter da Folha de SP era o agora secretario de Justiça e Segurança, Diógenes Curado.
Argumentado sobre ter quebrado o sigilo telefônico de uma jornalista, Diógenes afirmou que não sabia. A continuar assim, é provável que o delegado tenha uma promissora carreira política.

Um comentário:

Anônimo disse...

E eu que pensei que o Diógenes havia se curado disso.Já não se fazem mais Diógenes como na Grécia.
O de lá andava com uma luz acesa de dia.
O de cá andava com uma escuta.
O de lá usava uma caneca, o de cá usa um grampo.