5 de abr. de 2008

A “república” dos pelegos

Por Chico Bruno

Enquanto ferve a discussão sobre quem fez e quem vazou o dossiê contra FHC, o presidente Lula nada de braçada. Ele não está nem aí e vai exercendo o mandato da maneira que acha mais conveniente.
Essa semana, usando a arma do veto, impediu que o Tribunal de Contas da União (TCU) passasse a fiscalizar o que os sindicatos, federações, confederações e centrais fazem com o dinheiro que recebem do imposto sindical, um dia de trabalho do mês de março que é descontado de todos os trabalhadores com carteira assinada, sindicalizados ou não.
O veto do presidente Lula à decisão do Congresso Nacional fruto de um acordo de líderes, foi comemorado no Palácio do Planalto numa concorrida e festiva solenidade com mais de 50 sindicalistas.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT) e o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, presidente da Força Sindical comandaram a caravana de sindicalistas que lotou o Salão Leste do Planalto.
Pela primeira vez, uma solenidade presidencial no Palácio do Planalto estava sendo feita a portas fechadas. Alegavam que era um encontro privado e que nem a EBC poderia registrar.
Foi preciso que os jornalistas credenciados no Planalto colocassem a boca no trombone para que a solenidade de sanção da lei que legaliza as centrais sindicais fosse aberta à imprensa.
Os discursos dos dirigentes sindicais saudaram o veto à medida que abriria a caixa-preta do uso de cerca de R$ 1,2 bilhão anuais. O puxa-saquismo comeu solto no Salão Leste comemorando a falta de transparência na utilização dos recursos do imposto sindical.
O veto do presidente Lula é a demonstração inequívoca que o País vive uma “república” de pelegos.
Ao não permitir que o TCU abra a caixa preta do sindicalismo dos patrões e dos trabalhadores, o presidente Lula demonstra que nunca deixou de ser um fervoroso pelego, com inclinação para se tornar um caudilho.
O veto impede que o País conheça como são utilizados os referidos recursos, que podem estar sendo usados de forma espúria em beneficio dos dirigentes sindicais ou como um poderoso mecanismo de luta política, conforme o filósofo Roberto Romano, um estudioso do movimento sindical brasileiro.
Se alguém, ainda, tinha alguma dúvida de que o Brasil se tornou uma “república” de pelegos, a festa comandada por Lula, Lupi e Paulinho, desta quarta-feira, 2, no Palácio do Planalto sepultou qualquer dúvida.

5 comentários:

Chacon disse...

Por que ele vetou? Porque conhece muito bem o podre que são os sindicatos, isso ele conhece bem.

Anônimo disse...

Como diria uma boca que foi calada:

TÁ DOMINADO!

ma gu disse...

Alô, Chacon.

Vetou porque conhece bem e quer deixar os 'cumpanheros' tão livres como ele o foi quando presidente de sindicato!

Adriana acertou como nunca no título. Provavelmente vai ficar para a História. Dá até para escrever um livro: D. Luiz I e a República dos Pelegos.

Unknown disse...

Sindicalistas ou pelegos,voce quer dizer????
uma perguntinha só?Quem é o pelego-mor??????

Anônimo disse...

E pensar que isto já foi República dos Estados Unidos do Brasil.
Agora é República Sindicalista dos Pelegos.