8 de abr. de 2008

Sobre Ziraldo e Jaguar

Por Cassio Curvo

Quando tinha apenas oito anos minha família foi morar no Rio de Janeiro. Ouvia, ainda criança, sobre assaltos a bancos, e outras ações realizadas pelos movimentos contra a ditadura, mas, óbvio, nem tinha noção do que se passava.
Fui ficando a par do que ocorria no país já no fim da ditadura. Era o início do governo Figueiredo, em que o país começava a conquistar a sua liberdade política. Eram tempos dos movimentos pela anistia e o direito às eleições livres. Uns poucos anos antes, ainda nos tempos de maior radicalismo, tinha presenciado um primo ser preso, uma cena que ainda guardo na memória.
Este primo foi buscado na casa dos meus tios em um domingo, quando a minha família também estava lá reunida. Com metralhadoras, entraram no apartamento para prendê-lo, pois subvertia apenas por distribuir jornais na universidade. Estudante da área de humanas, vasculharam seus livros, e lá, também pelo curso que estudava, havia livros de Marx, Trotsky. Falavam sobre os tais livros e naquele momento comecei a entender o significado daqueles nomes.
Já com 17 e 18 anos fui estudar no colégio Princesa Isabel, em Botafogo, e política ainda era um assunto tratado com discrição pelo que ainda se ouvia falar da repressão. Mas havia uma banca de revistas no caminho para o ônibus onde sempre esperava ansioso pelo último Pasquim, que comprava justamente porque nele via a crítica à ditadura. Fosse um jornal como outro qualquer, guardaria meu dinheiro para um cinema, uma revista ele&ela (aqui ainda não tinha playboy), ou mesmo para uma besteira qualquer. Mas havia o Pasquim, e ali gastava parte da minha mesada. Agora vejo os meus “heróis” daquela época, que provavelmente gastavam em doses de whiskies o dinheiro da minha mesada, reivindicar e ganhar uma bolsa ditadura.
Quero a minha mesada de volta.

5 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Cássio, como estão as férias? E a Adriana, está aprontando muito? Hoje eu estou só nas frases feitas. Quero colocar aqui um comentário do Senador Demóstenes Torres sobre isso: eu já nem falo mais nada. Virei uma peça de museu que assistiu pessolmente a toda a putaria, se me permite o termo. Lá vai:
""O Ministério da Justiça lançou na semana passada a Caravana da Anistia. A iniciativa – que não é uma marcha para não extenuar os petistas – é feita de assembleísmo, começou pelo Rio de Janeiro e deve percorrer todos os Estados da Federação para promover o 'debate, a reflexão e o resgate' do que se passou durante o regime militar. Segundo o governo, a finalidade é chamar a atenção da sociedade, especialmente da juventude, para honrado tema. Que tema? Só se for o da conversão ideológica do domínio público em vindita histórica para que se confira foro de legitimidade ao esbulho do contribuinte.

Naturalmente, o mais chocante são os valores comprometidos na administração financeira do grande negócio que se tornou a anistia. A conta já se aproxima dos R$ 3 bilhões e tem enorme potencial de sangrar o orçamento da União com somas ainda mais vultosas até 2010. Para isso não falta legislação. Desde a Lei de Anistia de 1979, já foram produzidos dois dispositivos constitucionais e três legais a respeito do assunto."

Cassio disse...

Já voltamos Rô. Hoje foi feriado em Cuiabá e tiramos esses quatro dias apenas.

Anônimo disse...

Que férias mixurucas! Bom é que vamos ter vocês aí como referenciais de resistência às galinhas cacarejadoras.
Hoje li um comentarista do coturnonorurno falar que a Dilma é tão delicada como um Ciro Gomes de saias. Outro falou embaixo: se fosse de saias, estaria bom, hehe.

ma gu disse...

Alô, Cassio.

Feliz retorno para a selva. Se eu, você e o Róq der-mo-nos as mãos, podemos ir passear na floresta, enquanto Seu Lobo não vem.
E se formos reclamar com o pai do menino maluquinho, vamos ouvir uma das boas do jaguar - Sifu...

Ralph J. Hofmann disse...

Não se esqueçam que já havia indícios.

O Antonio's que não era nada barato, s
o tomarem Buchanan's (o Bucas). Qual é, nás estudantes que btrabalhávamos bem que euriamos estar nesta.