Um conto

Por Ralph J. Hofmann

Aquela era uma linda menininha. Não era linda em moldes normais. Mas tinha qualquer coisa. Postura, inteligência capacidade de decisão, argúcia. Uma perfeita princesa para reinar um dia com o rei. Ser uma rainha consorte. Uma futura mãe e regente de crianças reais em sua infância.
O país mergulhou nas trevas de guerras entre ogros, orcos, elvos, hobbits, ladrões profissionais, príncipes anônimos.
A menininha viu isto como uma oportunidade e tornou-se uma mulher combatente. Sua argúcia levou-a aos altos conselhos.
Num momento o lado da menininha teve de se retirar para lamber suas feridas nas terras do outro lado do mar.
Lá a menina recebeu o respeito de seus pares. Foi guindada a baronesa, marquesa, duquesa, grã-duquesa e princesa.
E um dia veio a paz. E os combatentes vieram para casa. E puseram-se imediatamente a conspirar para mandar ao exílio os que haviam vencido da outra vez. Faziam de tudo, clamavam para que as pessoas vissem a sua pureza de emigrantes e perseguidos retornados.
E eis que esta nobre menina continua se sobressaindo. Em algum momento passa a ser uma todo-poderosa escudeira do Rei. Não mais freqüenta os conselhos do reino. Comanda os conselheiros do Rei.
E um dia o Rei mandou chamá-la e diz. “Minha querida, nós todos sabemos que és uma princesa. Podes te tornar rainha. Agora vou beijar-te es transformar-te em verdadeira rainha”.
E o rei a beijou. E ela começou a se transformar. Lentamente começou a apresentar traços de uma Joana D’Arc, garbosa e corajosa, de armadura brilhante e espada na mão. Mas isto não durou. A transmutação continuou e subitamente a armadura se transformou numa pele rugosa, as feições se alargaram e em lugar da princesa apareceu..... uma enorme rã.
Quem mandou deixar que o Rei Batráquio beijasse a Princesa Estela!