1 de mai. de 2008

Celebridade

Por Orlando Sabka

Celebridade é aquela pessoa que está em evidência, no auge de sua carreira, normalmente ganhando tanto dinheiro que jamais sonhou na vida. Pode ser um astro ou atriz do cinema, da TV, do teatro, da música, do automobilismo, do esporte, etc., e está na mídia o tempo todo.
Tem pessoas que ficam horas ou dias na fila para comprar ingresso para assistir a determinada celebridade, mas se incomodam quando o padre ou o pastor da Igreja prolonga seu sermão por alguns minutos a mais. Um contraste muito grande.
Tem vez que os fãs se amontoam nos saguões dos aeroportos por horas e horas a fio somente para verem chegar um cantor ou uma banda de rock, em atitude alucinante, frenética, num histerismo coletivo, porém numa demonstração vazia, sem sentido que não leva a lugar algum. E isso tem acontecido não somente com nossos jovens, mas com pessoas com 30, 40 anos ou mais. Nos shows, então, parece que todo mundo endoidou de vez. É hilariante.
A maioria das celebridades não sabe conviver com toda essa fama, poder do dinheiro e assédio. Acham que tudo podem e facilmente enveredam para o mundo das drogas, bebidas e das noitadas, a ponto de se considerarem muito superior às pessoas que às rodeiam. Fazem exigências absurdas. Exemplos não faltam, é só prestar atenção aos noticiários. E diversas dessas celebridades vão parar na cadeia, em clínicas particulares para recuperação de drogados e algumas outras no cemitério, pois para elas não havia nenhum limite em suas vidas, a exemplo de Elvis Presley e Raul Seixas e tantos outros que daria para preencher diversas páginas.
Afinal, o que fascina tanto nas pessoas uma celebridade? Acrescenta, de alguma forma, para a nossa formação e bem estar? Nos transmite algum exemplo de vida que possamos nos espelhar? Infelizmente são raros os bons exemplos, pois a vaidade, o culto à pessoa e o poder do dinheiro normalmente falam mais alto. Na verdade, a maioria das celebridades teve uma ascensão muito rápida e tendo pouca cultura, com os bolsos cheios de dinheiro, o glamour fascina e desencadeiam uma série de reações, muitas delas maléficas.
Acho extremamente simpática uma pessoa rica, sem no entanto demonstrar essa riqueza, agindo com simplicidade, de modo discreto e sem os holofotes pelo caminho. Uma pessoa assim faz sentido e faz a diferença, da um bom exemplo. Péssimos exemplos no entanto têm nos dado a modelo Naomi Campbel e a cantora Britney Spiers, ambas multimilionárias, porém velhas conhecidas da polícia. No entanto tem jovens que se “rasgam” por essas celebridades. Até parece que, quanto mais aprontam, maior é a fama. Seria, no entanto, esse procedimento considerado como desvio de conduta, falta de maturidade, ou apenas “fogo de palha”?
Nada contra as celebridades, mas que dêem bons exemplos como a atriz Angelina Juli, que doa boa parte do que ganha para entidades de amparo às crianças africanas. A cantora Madonna tem feito doações nesse sentido também de vários milhões de dólares. São outros dois bons exemplos e tenho certeza de que essas pessoas que realizam doações tão generosas se sentem muito felizes em poder colaborar, pois no mundo tem muita gente doente e com fome. No entanto uma pequena minoria detém bilhões de dólares em contas bancárias, sem doar um centavo sequer. Seus corações e mentes ainda não foram tocados para a fraternidade.
Esperamos, de coração, que as celebridades acordem de vez e façam bom uso de seu dinheiro, pelo menos boa parte destinem às causas humanitárias, pois muitas delas já o fazem. É um bom exemplo a ser seguido com dignidade.

Um comentário:

ma gu disse...

Alô, Adriana. (desculpe, o comentário estava no lugar errado).

Bom seu post baseado no artigo de Sabka. Pegou-me bem no momento em que ainda não assentei a poeira do que vi, 'en passant', na televisão, a respeito do bárbaro crime na menina.
Aquele monte de tontos que ficavam o dia inteiro em frente ao portão do prédio e também as imagens de tv sobre o povaréu que compareceu para comprar em leilão as coisas usadas pelo megatraficante e as besteiras que ouvimos nas entrevistas relâmpagos.
Releia o segundo e terceiro parágrafo do post com isto em mente e veja se não tenho razão no enfoque.