14 de mai. de 2008

Ela Cansou

Por Plínio Zabeu

Dentre os ocupantes dos quase quarenta ministérios que compõem o governo Lula, Marina Silva – do Meio Ambiente – foi uma das mais atuantes. Embora com alguns princípios que até se chocam com o progresso científico (combateu sempre os transgênicos milho e soja geneticamente modificados), sempre defendeu a preservação ambiental, principalmente quanto à floresta Amazônica e os rios da região.
Contudo não conseguiu nunca um apoio total da presidência. Lutou e até conseguiu, em parte, uma redução do desmatamento. Mas acabou surpreendida com a volta à destruição a partir do início deste ano. Como ministra de setor tão importante e vital para o país nunca foi realmente ouvida como tal. E o desgaste foi aumentando. Tal com o ocorreu com a colega Dilma – chamada de “mãe” do PAC – ela foi alçada à condição de “mãe” do PAS (Plano Amazônia Sustentável). Parecia que, depois de mais de 5 anos de desgaste, finalmente ela conseguiria o intento que é de todo o país. Mas acabou surpreendida quando foi chamado para dirigir o programa, o antigo acusador de Lula (Mangabeira Unger que, para ficar quieto, ganhou um ministério criado às pressas por Medida Provisória) que nem havia participado das reuniões em que o referido Plano foi criado. Já desde o ano passado o presidente não vinha concordando com os princípios de preservação pois achava que uma política assim de certa forma “mancharia” o bom nome do país no exterior. Nunca conseguimos entender esta posição do chefe do governo.
Ele sempre achou que a floresta tinha que ser destruída sem controle. Nunca explicou porque pensa dessa maneira. Seria bom para o Brasil, tanto internamente como aos olhos do mundo todo, se pudéssemos preservar o ambiente contribuindo para um menor aquecimento global. Ela própria denunciava o corte ilegal de madeira e as ocupações irregulares por criminosos em vastas áreas da região. Também combatia o número exagerado de usinas elétricas comprometendo importantes rios.
Coisas de Lula que continua firme na preferência da grande maioria dos eleitores e não se preocupa realmente com o futuro. Quem vier depois que dê um jeito. Ela não aceitou a situação e resolveu sair de cabeça erguida. Não quis o mesmo castigo que o General Heleno sofreu por falar o que sabia sobre os riscos de fronteiras não vigiadas. Foi transferido pra longe do problema.
O Brasil perde muito com a sua saída. . Vamos esperar que o substituto ao menos respeite o trabalho feito por ela até agora lute pela preservação ambiental
pzabeu@uol.com.br
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Um comentário:

Anônimo disse...

Aos carniceiros que gostam de boi fatiado, ralado, etc. não deixam de ser os grandes co-responsáveis pelo desmatamento no Brasil.

O ser humano não precisa de carne para viver....