– O problema do político é a mulher do político – cortou o silêncio a voz inconfundível de tenor de cabaré. – O sujeito entra em casa no escuro, tira o sapato para não fazer barulho mas não adianta: acaba ouvindo uma mulher sonolenta querendo saber como foi o dia.
Ele conta que almoçou com fulano ou encontrou beltrano e lá vem algum comentário como "sei, aquele que você disse que é cafajeste", "sim, esse que vive dizendo que você não presta". Elas têm uma memória tremenda. Ninguém escapa, do vereador de vilarejo ao presidente da República. (Ulisses Guimarães)
No Brasil do século 21, quem se casa com um pai da pátria descobre no altar que só é pecado perder a eleição e o poder. O resto pode, até vender a mãe a preço de custo. Vira cúmplice do marido, e cúmplices não fazem perguntas constrangedoras.
A mulher do deputado Paulinho da Força, por exemplo, pergunta se a verba para a ONG já foi aprovada. A mulher do governador Cid Gomes pergunta se pode embarcar a mãe no jatinho. A primeira-dama (foto entre o filho Fábio e o Marido Lula, viajando para o Pólo Sul) pergunta pela próxima viagem. E todas dormem o sono dos sem-culpa, porque o remorso foi demitido pela Era da Impunidade.
Ele conta que almoçou com fulano ou encontrou beltrano e lá vem algum comentário como "sei, aquele que você disse que é cafajeste", "sim, esse que vive dizendo que você não presta". Elas têm uma memória tremenda. Ninguém escapa, do vereador de vilarejo ao presidente da República. (Ulisses Guimarães)
No Brasil do século 21, quem se casa com um pai da pátria descobre no altar que só é pecado perder a eleição e o poder. O resto pode, até vender a mãe a preço de custo. Vira cúmplice do marido, e cúmplices não fazem perguntas constrangedoras.
A mulher do deputado Paulinho da Força, por exemplo, pergunta se a verba para a ONG já foi aprovada. A mulher do governador Cid Gomes pergunta se pode embarcar a mãe no jatinho. A primeira-dama (foto entre o filho Fábio e o Marido Lula, viajando para o Pólo Sul) pergunta pela próxima viagem. E todas dormem o sono dos sem-culpa, porque o remorso foi demitido pela Era da Impunidade.
2 comentários:
Quem divide a mesma cama partticipa das mesmas idéias. O duro são as pobres almas que Deus lhes dá como filhos que já nascem no berço da corrupção. O duro é a falta de respeito com sua própria descendência.
Alô, Giulio.
Era da Impunidade. Interessante a denominação. Caiu como uma luva. Eu acredito que o remorso foi expulso. Se tivesse sido apenas demitido, ainda estaria por aí. Mas essa Era da Impunidade, instituída pelo duende de nariz vermelho, é regida por um estatuto próprio. Os dicionários não contém palavras do tipo: remorso, arrependimento, vergonha, ética, respeito, honra, e vou parar, se não a enumeração ficará longa e vai ocupar muito espaço da coluna...
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