8 de mai. de 2008

No depoimento de Dilma, só Kátia Abreu salva oposição

Por Chico Bruno

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) esteve à vontade, na Comissão de Infra-Estrutura do Senado, graças a uma estratégia burra da oposição.
Pelo visto, a oposição continua mal assessorada.
De forma açodada, a primeira intervenção da oposição, através do senador Arthur Virgílio, líder do PSDB, foi tocar no assunto dossiê, secundado pelo senador José Agripino, líder do DEM que deu o mote para Dilma dar a volta por cima, ao destacar que em recente entrevista a ministra disse que mentiu na condição de presa política.
Era tudo o que Dilma queria. Ela ganhou espaço para discorrer sobre seu comportamento na resistência à ditadura militar.
Dilma calou fundo ao afirmar, que tinha apenas 19 anos quando foi detida e passou dois anos na cadeia. Ela disse que mentiu para não dedurar seus companheiros e por isso foi torturada. Para Dilma, mentir naquelas condições era um ato de bravura.
- Eu não tinha nenhum compromisso em dizer a verdade para a ditadura, disse Dilma.
A fala da ministra foi interrompida por aplausos da platéia.
Dilma não deixou por menos e encerrou sua resposta a Agripino Maia dando-lhe uma bela estocada.
- Naquela época nós estávamos em campos opostos, afirmou Dilma com uma ponta de ironia e sarcasmo.
A única peça da oposição que questionou Dilma com segurança e competência foi à senadora Kátia Abreu (DEM-TO).
Munida de números sobre os investimentos de FHC e de Lula a senadora desfechou um golpe na ministra Dilma que a deixou tonta.
Kátia sacou números do Avança Brasil de FHC. Mostrou que no 1º mandato de FHC foram destinados 0,8% do PIB e no segundo 0,9% do PIB.
Comparou-os com os investimentos de Lula entre 2003 e 2006, quando foram aplicados apenas 0,6% do PIB e no atual mandato, quando no primeiro ano (2007) foram investidos 0,9%.
Kátia mostrou de maneira correta, com números, que não mentem jamais, que o PAC tem muita propaganda e pouco resultado.
O embate entre as duas foi o pior momento de Dilma na audiência. Ela foi colocada nas cordas do ringue pela senadora tocantinense e pisou no tomate.
Dilma tentou sair das cordas tergiversando, mas não conseguiu.
Este momento da audiência mostrou que está na hora da oposição aposentar os atuais líderes e passar o cedro do combate para a senadora Kátia Abreu, que assim como na derrubada da CPMF, comprovou que é muito mais competente do que a dupla Virgílio e Agripino.
É arriscado antecipar, mas Kátia pode vir a ser uma alternativa da oposição para 2010.

4 comentários:

ma gu disse...

Alô, Adriana.

Pois é. As mulheres, quando se aplicam a fazer política, são mais eficientes que os homens. Num debate público, a emoção sempre vai vencer a lógica.

Unknown disse...

O Sen. José Agripino deve ser muito amigo da Ministra Dilma. Tenha santa paciencia, a levantada que ele deu para ela cortar, deixou o grande Maurício (campeao olimpico e mundial de volei) com invenja.

Chacon disse...

Sabe, esse negócio de querer insultar a ministra tentando ser durão fez o que fez con o Senador. Não precisa nada disso, ela mesma iria se entregar, basta fazer perguntas onde ela se contra-diria. Usar a tática dos delegados de polícia. O aconteceu é um fato, e atrás dele teve uma ação, basta fazer as perguntas corretas, entendo que 7 horas seria um bom tempo, mas a oposição perdeu a oportunidade, temo que eles percam a oportunidade em 2010.

Anônimo disse...

Comecei a assistir o depoimento, em menos de meia hora mudei de canal,aquilo foi uma farsa em que a Dilma ficou enchendo lingüiça e os bundões entraram no jogo dela.
Avacalharam o gargarejo todo e ainda teve presentinho.
Velhacos!