17 de mai. de 2008

Não ensinaram a Lula e ele chegou a presidente sem saber

Por Carlos Chagas

Quando a gente começava a trabalhar numa redação de jornal, já se vão cinqüenta anos, recebíamos do chefe de reportagem, no primeiro dia, um papel mimeografado com instruções sobre o que não fazer
Logo no início, éramos alertados: "Sacerdote não é prelado", "capitão de navio não é lobo do mar", "hospital não é nosocômio", "cemitério não é campo santo", "mãe não é genitora", "idoso não é venerando", e outros princípios fundamentais para o dia-a-dia da profissão.
Guardadas as proporções, e com todo o respeito, deixaram de fornecer ao presidente Lula (foto) certas instruções básicas, logo no seu primeiro ano de governo. O resultado, senão uma administração malograda, assistimos ao menos uma administração confusa e incompleta.
Senão, vejamos: "Amazônia não é jardim botânico para dirigentes de ONGs passearem." "Lucros dos bancos não significam redenção para os famintos." "Bolsa Família não exprime solução para a falta de empregos." "Corrupção não é sacanagem, é crime." "Tolerância não é impunidade."
Essas e quantas outras regras de bem governar poderiam ter sido entregues ao presidente Lula, afinal, como os jovens focas de outrora para o jornalismo, sem a menor experiência para governar?
Dependeria dele ter estabelecido desde o início de seu mandato um plano de desenvolvimento sustentável para a Amazônia, inclusive com a investigação e a expulsão de umas tantas ONGs empenhadas em transformar tribos brasileiras em nações indígenas, pretendendo a internacionalização da região.
Poderia também o presidente, ao assumir o poder, determinar que a partir de certo percentual os lucros dos bancos fossem obrigatoriamente destinados à melhoria das condições de vida do trabalhador, nos diversos setores da vida nacional.
Aproveitaria também para dispor prazos mínimos de permanência entre nós do capital especulativo, esse capital-motel que chega de tarde, passa a noite e vai embora de manhã depois de haver estuprado um pouquinho mais nossa economia.
Quem sabe seguisse à risca o conselho de fiscalizar e impedir que muitos cidadãos, por receberem o bolsa-família, desinteressam-se de trabalhar e até de colocar os filhos na escola.
Deveria o presidente ter determinado, à maneira de um dos antecessores, no caso, Itamar Franco, que acusações de corrupção evidente feitas contra seus auxiliares provocassem automático desligamento das suas funções, para poderem defender-se.
Por último, que a Advocacia Geral da União desse apoio ao Ministério Público, ao Judiciário e ao Legislativo para votarem leis mais drásticas e iniciarem processos e punições imediatas quando se tratasse de peculato e demais crimes envolvendo funcionários públicos.
Muitas outras instruções poderiam ter constado de colaborações espontâneas e desinteressadas a presidentes sem experiência com a coisa pública. O País ganharia pelo menos cinco anos e meio de desenvolvimento político e social, base para o desenvolvimento econômico.

2 comentários:

Anônimo disse...

Este tópico "Não ensinaram..." deveria aparecer na lateral, permanente, de permitir que meio mundo colocasse a sua opinião a respeito da "falta de estudos do Lula". Eu já vi num blog a expressão "Lula miserável de mente inferior". Reparar que o "de mente" pode passar por "demente". Pois olha uma do blog Sardenberg: "Na verdade, o fracasso da ministra Marina... se deve à idéia de Lula de colocar todas as partes, linhas e tendências no governo, e deixar que disputem as posições, - Marina x pessoal de Minas e Energia, Marina x Desenvolvimento, Incra (MST) x agronegócio no ministério da Agrticultura, BC x Fazenda e Ipea – isso não dá em posições comuns, em acordos, mas em má administração e governo paralisado." Óbvio ululante pra qualquer indivíduo de iniciativa pessoal, desde o mega-empresário até o camelô-ambulante, vendedor de churrasquinho-de-gato no estádio e até catador de descartável! Mas Lula não estudou - nem formalmente nem por meios autodidáticos. Não estudou! Lula é de mente inferior entre os brasileiros do Oiapoque ao Chui.

Anônimo disse...

CChagas: "deixaram de fornecer ao Lula certas instruções básicas..." *** O Lula não estudou porque não quis, propositadamente evitou estudar para se valer de sua intuição. Evidente que se a mente não é dirigida para acessar/dominar universalidades é certo que desenvolverá a intuição. Foi esse o lance esperto de Lula: levar tudo pela intuição. O segundo lance esperto de Lula foi prestar atenção e memorizar frases de repercussão. O terceiro lance esperto de Lula foi bancar o papel teórico nos embates. Digo "esperto" pois Lula bancou a sua "escola da vida" particular e exclusiva ou seja o Lula é o que ele espertamente se fez, que ele se formulou e formatou. A medida que o "jeito lulista de ser" foi sendo visto, aceito e reconhecido, foi recebendo apuramentos dele mesmo o Lula. O Lula de 01/01/2003 era o "Lula" do Lula e meio mundo. Na atualidade o "Lula/2008" não tem mais nada do "Lula/2003". Todo mundo tem "seu nível de competência" e Lula encontrou justo o seu junto ao JDirceu/DF. A intuição de Lula não deu conta do letrado no evento "mensalão" e perdeu o status de invencível no evento "Pan/RIO/vaias". Quero dizer que desde então o "Lula" que aí está é irreconhecível por todo mundo que alguma vez conheceu o Lula. Considero que atualmente o Lula se faz de louco conscientemente e compulsoriamente pelo singelo motivo de que perdeu o fio da meada, perdeu a agulha no palheiro. Enquanto "enlouquecido" não dá razões para maiores inimigos nem passa cauções para melhores amigos. Portanto o Lula atual está piorado do Lula doutros tempos. Azar dele! É ele que vai ter que se haver com o que ele vai ser.