16 de mai. de 2008

O exército é que pode resolver

O prefeito de Pacaraima (RR), Paulo César Quartiero (foto), também arrozeiro na reserva indígena Raposa Serra do Sol (RR), que esteve preso pela Polícia Federal (de 6 a 14 de maio), declarou sobre sua detenção:
"Foi uma prisão política, porque somos contra a política do governo federal. A política do governo é de desprestigiar os brasileiros em favor das ONGS (organizações não-governamentais) estrangeiras".
Disse mais, que a resistência contra a retirada dos não-indígenas da Terra Indígena Raposa Serra do Sol vai continuar. Para ele, a manutenção dos produtores rurais na região é essencial para a manutenção da soberania brasileira na região: "Não vamos entregar Roraima nem deixar que entreguem a Amazônia". E finalizou afirmando que o Estado não ficará em paz enquanto a Polícia Federal ali estiver. "Paz só vai haver com uma intervenção do Exército brasileiro por um período." Ele acusou, que a ocupação da Fazenda Depósito por índios "foi armada" pelo Conselho Indigenista de Roraima (CIR). Essa afirmação foi endossada pelo líder do PR na Câmara, deputado Luciano Castro (RR), um dos parlamentares que apóiam Quartiero. "A invasão da fazenda foi montada pelo CIR. Pegaram alguns índios com o intuito de ocupar a fazenda", disse Castro. (Giulio Sanmartini)

2 comentários:

Abreu disse...

Giulio,
Estando na Itália, Você não deve ter visto as matérias publicadas pelo Jornal da Globo a tal respeito (a menos que Você assine a Globo International).
De qualquer modo, caso Você se interesse, pesquise lá nos arquivos do Jornal da Globo e encontrará os vídeos e os scripts das três matérias publicadas.
A última reportagem da série de três, que foi ao ar nesta noite, trouxe coisas de arrepiar, e temos de admitir que eles praticaram um jornalismo absolutamente correto.
Quem viu/vir poderá tirar conclusões estarrecedoras.
Saudações,

ma gu disse...

Alô, Giulio e Abreu

A conselho, fui lá, vi e ouvi.
A situação é complicada. Só não gostei mesmo foi do antropólogo que a Globo convidou. Jeito de falar e aparência petista, seguro demais na análise em favor do governo, para meu gosto.
Se os arrozeiros estão lá porque compraram terras do governo federal, na época, não vejo muita justiça em os expulsarem agora, mesmo sob indenização. O gaúcho que foi entrevistado foi muito claro. Agora, aquilo lá é a terra dele. O problema não é o dinheiro. Também não posso concordar com a visão da igreja. Uma, pelos séculos de erros que carregam, duas, pela clara tendência esquerdista. Não vejo lógica em manter indígenas completamente afastados da modernidade. O mundo já não é mais assim há anos. Não pretendo aculturamento forçado mas, que a proximidade lhes deixe uma escolha. Quanto a manter suas tradições, isto é uma fórmula que somente cabe a eles. É também uma questão de escolha. Os japoneses não abriram mão da modernidade, nem de manter suas tradições. Acho que é assim que deve funcionar.
Já no fato de fixação de reservas em linha continua ou não, vou me isentar de meter a colher, por não ter preparo para tanto. Prefiro aguardar resultados para aprender...