
A ministra da Casa Civil agarrou-se à versão do banco de dados e, impassível no papel de técnica incapaz de distinguir o ato administrativo de arquivar informações do gesto político de escolher algumas delas para transformá-las em dossiês, Dilma Rousseff (foto) conseguiu passar incólume pela sabatina da Comissão de Infra-Estrutura do Senado.
Sã e salva, evidentemente, dentro do critério do empate no tocante às aparências: se Dilma não saísse do depoimento em situação pior do que entrou, o governo estaria no lucro. E assim ocorreu.
Foi ajudada pelo modelo do depoimento, que misturou PAC e dossiê, dando a oportunidade aos governistas de gastarem a maior parte do tempo na celebração deslumbrada da jóia da coroa do Palácio do Planalto, em detrimento do uso da oportunidade para questionar as brechas abertas nas diversas versões oficiais sobre a história do dossiê.
Sem esquecer de alguns oposicionistas que, no afã de pegar a ministra em inconsistências do PAC, se esqueceram de que no tema, como diziam os antigos, Dilma não tem medo de ninguém.
Já em matéria de dossiê, exibiu-se claudicante. Mais uma vez ensinou tudo sobre planilhas de gastos, mas não conseguiu desmentir os registros dos computadores da Casa Civil nem explicar a transposição dos dados sobre Fernando Henrique do banco de 20 mil dados para as 13 páginas do dossiê.
Ela resistiu bravamente às mais de sete horas de depoimento. Não se sabe, porém se teria resistido a igual período de confrontações com algumas incongruências.
Dilma continuou recusando-se a usar o termo dossiê, mesmo tendo o ministro da Justiça já considerado a manufatura desse tipo de documento algo normal. Seria, no entender da ministra, a idéia de Tarso Genro algo anormal? Não ficamos sabendo.
A ministra sustentou a tese de que do banco de dados não nasceu um dossiê, citando o caráter público das informações divulgadas, todas elas auditadas. Sim, então por que o vazamento dessas informações configura crime? Continuamos sem saber.
E se não há sigilo, se os dados são públicos e inócuos e não houve dossiê, a respeito do que mesmo versam a sindicância da Casa Civil e a investigação da Polícia Federal?
Na tentativa de estabelecer isonomia entre vazamentos, ela aludiu aos dados sobre gastos do presidente Luiz Inácio da Silva, divulgados pelo deputado Vic Pires. Que, no entanto, não foi buscá-los nos computadores do Palácio, mas no material enviado pelo governo à CPI dos Cartões.
Dilma Rousseff pontuou todo o tempo sua condição de vítima no episódio. Se lhe serve de alento, nessa posição também ficou a verdade, na guerra sempre a primeira vítima.
Já em matéria de dossiê, exibiu-se claudicante. Mais uma vez ensinou tudo sobre planilhas de gastos, mas não conseguiu desmentir os registros dos computadores da Casa Civil nem explicar a transposição dos dados sobre Fernando Henrique do banco de 20 mil dados para as 13 páginas do dossiê.
Ela resistiu bravamente às mais de sete horas de depoimento. Não se sabe, porém se teria resistido a igual período de confrontações com algumas incongruências.
Dilma continuou recusando-se a usar o termo dossiê, mesmo tendo o ministro da Justiça já considerado a manufatura desse tipo de documento algo normal. Seria, no entender da ministra, a idéia de Tarso Genro algo anormal? Não ficamos sabendo.
A ministra sustentou a tese de que do banco de dados não nasceu um dossiê, citando o caráter público das informações divulgadas, todas elas auditadas. Sim, então por que o vazamento dessas informações configura crime? Continuamos sem saber.
E se não há sigilo, se os dados são públicos e inócuos e não houve dossiê, a respeito do que mesmo versam a sindicância da Casa Civil e a investigação da Polícia Federal?
Na tentativa de estabelecer isonomia entre vazamentos, ela aludiu aos dados sobre gastos do presidente Luiz Inácio da Silva, divulgados pelo deputado Vic Pires. Que, no entanto, não foi buscá-los nos computadores do Palácio, mas no material enviado pelo governo à CPI dos Cartões.
Dilma Rousseff pontuou todo o tempo sua condição de vítima no episódio. Se lhe serve de alento, nessa posição também ficou a verdade, na guerra sempre a primeira vítima.
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